O representante do Grupo Ajuda Humanitária 4 por 4, Felipe Rossini, discursou nesta terça-feira (18/06) sobre as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Rossini destacou a atuação voluntária e multifacetada do grupo, que tem se mostrado essencial no resgate e no apoio às comunidades afetadas pela calamidade climática.

Felipe ponderou, em sua concepção, que o Estado enfrenta uma emergência de proporções nunca antes vistas, com uma área alagada equivalente a duas vezes o tamanho de Portugal. “Nenhum município ou estado estava preparado para lidar com uma emergência dessa magnitude que exige uma resposta coletiva e coordenada de todos os níveis de governo”, comentou.

O Grupo Ajuda Humanitária 4 por 4 surgiu da união espontânea de amigos e conhecidos, muitos dos quais se encontraram pela primeira vez em frente a um quartel. Com membros de diversas qualificações, incluindo busca e salvamento em áreas remotas, resgate aquático e bombeiros civis, o grupo se organizou rapidamente para enfrentar a crise. A organização, agora formalizada como uma entidade, tem crescido e se profissionalizado, apesar de depender majoritariamente de recursos próprios.

O grupo realizou ações significativas desde sua formação. "Salvamos 51 pessoas de áreas de desmoronamento e resgatamos em torno de 175 pessoas em operações aquáticas", relatou. Além disso, Rossini compartilhou que foram transportadas 530 pessoas atingidas por enchentes, fornecendo mantimentos e assistência médica em locais inacessíveis por outras vias.

Com um centro de distribuição localizado no Bairro Santa Fé, o grupo destinou mais de 230 carretas de donativos, totalizando cerca de 680.000 quilos de itens, como água, alimentos, medicamentos, roupas e produtos de higiene. As operações do grupo cobriram 40 municípios nas regiões da Serra, Vale do Taquari, Vale do Rio Caí, Região Metropolitana, Litoral e Sul.

O Ajuda Humanitária 4 por 4 tem recebido apoio crucial de diversas entidades, incluindo a Defesa Civil de Curitiba e a Cruz Vermelha Brasileira. No entanto, apesar do esforço e das conquistas, o representante enfatizou que a situação ainda é crítica e que, sem investimentos públicos, o trabalho do grupo será como, nas palavras dele, enxugar gelo.

Felipe apelou aos governantes para que tomassem medidas na resolução da crise hídrica. “A atuação do grupo serve como um exemplo de como a ação coletiva pode fazer a diferença nas comunidades mais afetadas”, observou.