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Demandas para os autistas são apresentadas na Tribuna Livre desta quarta-feira

O representante do Centro Regional de Referência em Autismo, Alisson Rozo, também usou o espaço para explicar o trabalho da entidade


O psicólogo e coordenador do Centro Regional de Referência em Autismo Clélia Manfro (CRE-TEA), Alisson Rozo, usou o espaço da Tribuna Livre, na sessão ordinária desta quarta-feira (10/05), para explicar o trabalho da instituição. Ele aproveitou o momento para apresentar algumas das demandas para a causa do espectro autista.

O representante esclareceu algumas informações sobre o programa TEAcolhe. Explicou que se trata de uma iniciativa do Estado, implementado pelo decreto estadual 55.824, de 5 de abril de 2021. O objetivo é executar a lei estadual 15.322, de setembro de 2019, que instituiu a Política de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtornos do Espectro Autista, no Rio Grande do Sul.

Sobre o Centro Regional de Referência em Autismo Clélia Manfro, o coordenador contou que é um dos 30 centros de referência regional do TEAcolhe. Está sediado nas instalações do Centro de Saúde com o mesmo nome, junto à estrutura da Associação Científica e Cultural Virvi Ramos.

A entidade trabalha pelo sistema de matriciamento, que oferece a qualificação e o suporte às equipes locais, nas áreas de assistência social, educação, saúde, de forma intra e intersetorial. “É uma lógica diferente de atendimento que busca dar acolhimento, suporte e orientação a toda a rede familiar e profissional do paciente. Com interconsultas, consultas conjuntas, teleconsultas, visita domiciliar conjunta e suporte no encaminhamento da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA), atende desde espectros mais leves até os mais severos”, comentou.

Findadas as explicações, o representante passou para a apresentação das demandas relacionadas à causa. A primeira a ser debatida foi a questão do transporte a serviços de atendimento. Rozo reconhece que toda a frota de ônibus circulares da cidade foi adaptada com a implementação das preferências autistas, mas que ainda há pontos complicados que dificultam a locomoção dessas pessoas.

Rozo traz a informação de que autistas graves, severos e refratários não têm condições de pegar os ônibus. Enumerou diversos fatores, tais como: hipersensibilidade sensorial, desregulação, irritabilidade e outras morbidades, que dificultam o acesso ao serviço. Citou, ainda, a falta de treinamento de motoristas e cobradores.

De acordo com o coordenador, o resultado dessa problemática é a ausência de muitas famílias nos serviços de atendimento e terapias específicas para crianças com autismo. O psicólogo pontuou sobre a desatualização do modelo atual de assistência ao transporte especial. Mencionou que a medida consta do decreto municipal 11.979/2004, conhecido como o formato porta a porta. O texto regulamenta a acessibilidade ao transporte adaptado com elevador de embarque para pessoas com deficiência física motora e de necessidades especiais. Segundo ele, a redação atual não inclui o espectro autista, mesmo este sendo considerado como deficiência para todos os fins legais.

Outro ponto que, para Rozo, deve ser atualizado é a composição da comissão avaliadora do serviço de transporte, que não conta com assistente social ou psicóloga. Para ele, esses profissionais poderiam auxiliar na triagem e no entendimento dos casos graves. Trouxe, também, o assunto dos critérios de renda. Para ele, os gastos mensais de cada família, como as medicações e terapias, deveriam ser levados em consideração, durante a triagem.

Por fim, Rozo ressaltou que a inclusão dessas demandas não vai retirar nenhum direito de pessoas com deficiências físicas. Pelo contrário, ponderou que a iniciativa fará a diferença na vida de muitas crianças autistas.

10/05/2023 - 14:52
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Fábio Rausch - MTE 13.707
Redator(a): Manuelli Luise Boschetti

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