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Ex-prefeito Mansueto é Cidadão Emérito de Caxias do Sul

A distinção, que partiu de proposta do vereador Velocino Uez/PTB aprovada pela unanimidade dos parlamentares, foi entregue nesta quinta-feira (27/04), no plenário legislativo


Na tribuna do poder em que estreou na política (1964-1968, pelo PTB), Mansueto de Castro Serafini Filho, 84 anos, retornou, nesta quinta-feira (27/04), para receber o título de Cidadão Emérito de Caxias do Sul. É o reconhecimento do Legislativo pelos relevantes serviços que o ex-parlamentar, ex-prefeito, advogado e jornalista prestou e presta até hoje à comunidade caxiense.

Desenvolto ao microfone, teceu diversos agradecimentos e fez questão de dizer que transfere esta homenagem a todos os vereadores que estiveram com ele na sua primeira legislatura (V - 1964 a 1968) e a todos os secretários que lhe acompanharam e quem colaborou em seus governos municipais (1977-março de 1983; de 1989-1992).  “Amo esta cidade e quero ver o futuro dela. Sou caxiense de nascimento e coração e tenho orgulho dessa cidade”, frisou Mansueto, após agradecer ao também petebista Velocino Uez e às bancadas que aprovaram a homenagem e de contar diversas situações que vivenciou e que o constituíram enquanto vereador e prefeito.

“Quero ressaltar a união de Caxias. Termina a eleição e Caxias tem uma vantagem. Ela se une pelos interesses da população”, prosseguiu, recordando que dois vereadores da Arena, que era sua sigla adversária, Ovidio Deitos e Mario Gardelin, juntaram-se à bancada do MDB pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), para que a autarquia permanecesse a Caxias, evitando que fosse para as mãos do Estado.

A sessão solene de entrega da honraria aprovada pela unanimidade do plenário foi conduzida pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Zé Dambrós/PSB. E coube ao principal proponente da homenagem, o legislador Velocino Uez/PTB, fazer o pronunciamento em nome da Casa. Velocino listou vários momentos, obras e ações que Mansueto executou na cidade, em especial, quando chefiou o Executivo. Destacou, principalmente, as construções e melhorias em infraestrutura e no abastecimento de água, com ênfase ao Sistema Faxinal. “Na questão da água, se não fosse esse visionário o que seria da nossa cidade e do interior. Só esse seria motivo de sobra para homenagear esse grande amigo e cidadão. Mansueto tem juventude acumulada, vive a política. Estive em sua casa para tratar da entrega do título e ele só preocupado com futuro da comunidade. É gratificante poder homenageá-lo. É um exemplo de pessoa e, com sua sabedoria, ainda pode contribuir muito”, discursou Velocino, recordando de avanços na telefonia que Mansueto, como prefeito, possibilitou a Galópolis.

Entre as autoridades presentes, o prefeito Adiló Didomenico/PSDB mencionou diversas iniciativas das administrações de Mansueto, nas quais também participou, e episódios que testemunhou na companhia dele, que é seu amigo de longa data.

“Nunca imaginei estar aqui como prefeito para prestar esta merecida homenagem, meu ídolo na política. Minha gratidão eterna, parabéns ao poder Legislativo, parabéns, Velocino (por sugeri-la) e a todos os vereadores que votaram por unanimidade esta justa homenagem”, sublinhou Adiló.

Na plateia, entre os familiares, compareceu o filho de Mansueto e coordenador de Comunicação da prefeitura, jornalista Márcio Serafini, que não conteve as lágrimas diante da distinção entregue ao pai pela trajetória e atuação como político. O presidente da Câmara, vereador Zé Dambrós/PSB, encerrou a cerimônia, dirigindo-se a Mansueto e considerando-o uma referência na sociedade caxiense.

 

CONHEÇA A TRAJETÓRIA DO HOMENAGEADO

- No documento aprovado em plenário e que trata do título de Cidadão Emérito a Mansueto de Castro Serafini Filho, os vereadores apresentam o currículo do homenageado, que nasceu no dia 7 de janeiro de 1939, em Caxias do Sul. Filho de Mansueto Serafini, engenheiro civil, e de Ivone de Castro Serafini, é irmão de Werney, Sérgio, Edson e Fernando (in memorian).

- Estudou na Escola Normal Duque de Caxias, atual Cristóvão de Mendoza, que na época funcionava no prédio que hoje abriga o Colégio Presidente Vargas. Antes de completar 16 anos, Mansueto mostrava sua primeira vocação, o jornalismo, ao criar e editar o jornal O Estudante. Na sequência, vieram o Jornal da Mocidade e um semanário que marcou época no município: o Caxias Magazine, distribuído gratuitamente nas sessões de cinema da cidade entre 1958 e 1970.

- No período, Mansueto graduou-se em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e iniciou sua trajetória política. Foi eleito vereador em 1964 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e vice-prefeito em 1969 já pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), único partido de oposição ao regime militar após o golpe de 1964. Na Câmara, propôs as leis que criaram a Semana de Caxias e o Concurso de Contos, Crônicas e Poesias, eventos até hoje existentes no calendário municipal.

- Em 1969, Mansueto casou-se com Suzel Regine Zugno Giacobbo Serafini, com quem teve os filhos Márcio, jornalista, e André (in memorian), que era autista. Companheira de vida e de trajetória política, incansável nas caminhadas de campanha e nos trabalhos sociais, Suzel morreu em 2000, vítima de leucemia, sem tempo de conhecer os netos Arthur e Luíza, filhos de Márcio e da nora Eliane Paula Küster.

- Mansueto concorreu a prefeito em 1972, mesmo ano do nascimento de Márcio. O sonho de administrar a cidade em que nasceu e sempre viveu realizou-se quatro anos mais tarde. Em 15 de novembro de 1976, Mansueto levou o MDB a uma vitória histórica sobre Victor Faccioni, da Arena, resultado que ganhou repercussão nacional numa época em que não havia eleições nas capitais.

- Eleito para um mandato de quatro anos, permaneceu na prefeitura até março de 1983. Por decisão do governo federal da época, os prefeitos tiveram seus mandatos prorrogados por dois anos, o que permitiu a Mansueto inaugurar a maior realização daquela gestão: as duas primeiras barragens do Sistema Faxinal, a adutora ligando Ana Rech a Caxias do Sul e a Estação de Tratamento de Água do Parque da Imprensa. A decisão de realizar a obra, com recursos próprios, foi tomada após enfrentar rigorosas estiagens que provocaram falta de água generalizada na cidade.

- Entre 1985 e 1987, Mansueto foi diretor-presidente da Trensurb, estatal federal responsável pelo metrô da Grande Porto Alegre.

- Em 15 de novembro de 1988, foi novamente eleito prefeito de Caxias do Sul, à frente da coligação União Democrática por Caxias (UDC). Deixou a prefeitura quatro anos mais tarde com aprovação de 90%, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), fruto de obras como a terceira e definitiva barragem do Sistema Faxinal. Trinta anos depois, ela ainda responde por mais de 50% do abastecimento de água da cidade e garante fornecimento regular mesmo em momentos de estiagem.

- Obras realizadas nos dois mandatos de Mansueto marcaram a história de Caxias. Confira exemplos de realizações desse período: Casa da Cultura, com biblioteca, galeria de arte e teatro; Avenida Perimetral Norte, ligando a BR-116 à Rua Moreira César; Asfaltamento e consequente sinalização de toda a área central; Asfaltamento das principais linhas de ônibus dos bairros; Construção e ampliação de dezenas de escolas, que duplicaram o número de alunos atendidos na rede municipal; Primeiro postão de saúde 24 horas; Revitalizações dos Parques Cinquentenário e Getúlio Vargas (Macaquinhos), com a instalação de módulos da Brigada Militar construídos pela prefeitura para garantir a segurança; Criação de loteamentos populares; Municipalização da empresa Festa da Uva; Implantação do primeiro aterro sanitário; Implementação da coleta seletiva de lixo; Criação da Feira do Produtor.

- Além de ser protagonista, Mansueto dedica-se a registrar a história de Caxias do Sul, por meio de recortes de jornais, fotos e registros próprios cuidadosamente catalogados. Um trabalho silencioso que resultou na publicação, em 2016, do livro História das Eleições Municipais de Caxias do Sul, pela editora da UCS.

27/04/2023 - 22:56
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

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