A saúde pública em Caxias do Sul se encontra numa situação de colapso, alertou o vereador Rafael Bueno/PDT, na sessão ordinária desta quarta-feira (05/04). O pedetista trouxe dados abordados na última terça-feira (04/04), durante audiência pública do Conselho Municipal de Saúde, e que mostram as dificuldades que o município enfrenta por causa das longas filas de espera para consultas e cirurgias e pelo gasto crescente dos serviços na área, com destaque aos provenientes de atendimento a pacientes da região.

Diante desse cenário, Bueno pede urgência na colaboração das prefeituras vizinhas para manter o custeio atual, já que 18% dos pacientes provêm de cidades como Flores da Cunha, Antônio Prado e Carlos Barbosa. Na alta complexidade, 46% dos atendimentos são oriundos de outros municípios. Para amenizar os problemas, uma das sugestões do legislador é montar um consórcio regional. “Temos de fazer uma grande audiência pública para tratar disso e pedir para o prefeito Adiló Didomenico/PSDB bater à porta dos prefeitos dessas cidades para ajudarem no custeio. Estamos estrangulados e os municípios da região viram as costas (para isso). A saúde de Caxias do Sul está num colapso, em bandeira preta, na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo)”, classificou.

De acordo com o parlamentar, na saúde, o percentual mínimo constitucional de aplicação do município é de 15%, mas, diante da demanda, Caxias destinou 25,63% em 2022 (R$ 334.145.160,21). Bueno relata a discrepância de índices investidos pelas diferentes instâncias: 56,11% do município; 8,44% do Estado; e 35,45% da União.

Conforme o vereador, Caxias dispõe, atualmente, de 1478 leitos (pelo Sistema Único de Saúde/SUS e privados). Desse montante, 802 no privado e 676 pelo SUS. Em termos de ocupação, as taxas chegam a 90% na UTI e 80% nas internações. Em Caxias do Sul, há 40.477 pessoas aguardando consultas. Só na reumatologia são 3 mil na espera. No que se refere a leitos, o pedetista informou que estariam prontos 118 novos no Hospital Geral, cuja instituição foi denunciada por Bueno porque estaria abrindo ao atendimento privado. “Os 118 leitos no HG viraram um elefante branco e já denunciei que está havendo atendimento privado com estrutura do SUS”, frisou Bueno.

O assunto recentemente foi discutido no Parlamento Regional, ressaltou o presidente da Câmara, Zé Dambrós/PSB. Como preocupa autoridades e população, a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) deverá se posicionar a respeito, informou o socialista. Os parlamentares Sandro Fantinel/Patriota e Maurício Scalco/NOVO também se solidarizaram com a temática, sendo que Scalco lançou críticas diante da fila de espera para cirurgias em território caxiense, que estaria superior a 10 mil pessoas.