A vereadora Tatiane Frizzo/PSDB informou, na sessão desta quarta-feira (15/03), que sugeriu à Rede Municipal de Ensino a troca dos atuais avisos sonoros usados em escolas por outros menos estridentes. O objetivo é reduzir o impacto e a desorganização que sons altos e repentinos provocam em pessoas com deficiência, em especial, alunos e alunas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

De acordo com a parlamentar, quem tem autismo, normalmente, é hipersensível a barulhos. E essa solicitação direcionada a instituições de ensino partiu de mães de crianças com TEA que lhe procuraram e a levaram a uma reunião com a secretária municipal da Educação, Sandra Negrini, para tratar do assunto.

“Esse momento em que as sirenes tocam, muitas vezes, pode levar quem tem autismo ou outras deficiências a situações de crise. Talvez seja algo muito simples, mas algumas escolas do município já modificaram e outras poderão fazer. Numa pesquisa que fiz, encontrei municípios de São Paulo onde, em vez de sirenes, as escolas colocam músicas de cantores brasileiros para avisar sobre os intervalos”, informou Tati, deixando essa sugestão a Caxias também como uma maneira de valorizar a arte e a cultura musical.

Em aparte, o vereador Felipe Gremelmaier/MDB cumprimentou a tucana pelo esforço e pela luta em prol dos autistas. Também contou que há todo um movimento dos times de futebol para que, nos estádios, tenham espaços para esses torcedores, com o intuito de incentivá-los a acompanhar o esporte sem serem desorganizados pelo barulho tradicional das torcidas, por exemplo.

A vereadora Tati lembrou que um casal de Porto Alegre contou a ela que começou a namorar num jogo e gostam muito de futebol, entretanto, não conseguiam levar a filha autista nos jogos. No entanto, agora, com a sensibilidade de gestores da área, passaram a ser construídas nos estádios salas sensoriais, o que tem aberto espaço para a presença de crianças com TEA nos campos.

Durante a plenária, Tatiane mostrou alguns vídeos com depoimentos de mães de autistas reforçando a solicitação de mudança na sirene escolar devido à disfunção sensorial que afeta seus filhos. Muitas vezes, a família acaba tendo que ir buscá-los por não quererem mais permanecer na sala de aula, relata a parlamentar. “A troca do sinal é uma ação simples mas significativa. Por isso, agradecemos à Smed pela sensibilidade, pois 63% dos autistas não toleram sinais sonoros acima de 80 decibéis”, complementa a tucana.

Outro assunto abordado por Tatiane e que chegou a seu gabinete foi sobre a alta demanda por neurologista na saúde pública local. Ela esclarece que o diagnóstico de autista com posteriores encaminhamentos a ele e à família só fecha com a avaliação do neurologista. Nesse sentido, a parlamentar destacou positivamente a parceria da prefeitura com o Círculo, contemplando 80 crianças e suas famílias com atendimento especializado. “Até então, Caxias não tinha serviços específicos para autista”, recorda a vereadora.

Entretanto, neste momento, a busca por recursos, inclusive junto ao governo do Estado, se volta ao atendimento de autistas fora da faixa etária, comunicou a tucana.

Os vereadores Rose Frigeri/PT e Elisandro Fiuza/REPUBLICANOS saudaram Tatiane pela dedicação a quem tem autismo. Rose defendeu formação aos docentes para conseguirem lidar melhor com crianças que possuem esse tipo de transtorno. Já Fiuza ressaltou que a Igreja Universal, da qual faz parte, capacitou educadores para receberem autistas na escola bíblica infantil.