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Na noite desta segunda-feira (17/10), a Frente Parlamentar de Combate às Intolerâncias Raciais, Religiosas, de Gênero e de Orientação Sexual realizou uma reunião pública, no plenário do Legislativo, para discutir sobre a insegurança alimentar em Caxias do Sul. O encontro foi comandado pelo vereador-presidente da FP, Lucas Caregnato/PT. Reunidos no Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, a ação debateu sobre a evolução da fome e as consequências da ausência de políticas públicas acerca desse tema.
O parlamentar conduziu a reunião cobrando ações mais efetivas do Poder Executivo para tratar do assunto, além de enfatizar sobre como a insegurança alimentar não é vista como alvo de investimento. “Estamos na segunda maior cidade do Estado e o número de pessoas que vivem em vulnerabilidade alimentar é cada vez maior. Devemos pensar em novas ações que priorizem essa temática. São mais de 38 mil pessoas na cidade nessa condição, estando na classificação da extrema pobreza e pobreza. Não podemos tapar os olhos para a realidade” salientou Lucas.
O encontro ainda teve a participação do Presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar, Marcos Regelin, que apresentou proposições e iniciativas que busquem atuar em âmbito público, a fim de diminuir as consequências que a insegurança alimentar despeja na população de Caxias. “Buscamos o apoio aqui para que pudéssemos tornar público as dificuldades que encontramos no meio rural e urbano da fome. Não temos mais como omitir essa situação, a fome tem pressa. Precisamos de mais incentivo público ao agricultor e à agricultura familiar e assim fortalecer as políticas de segurança alimentar e nutricional”, disse.
Em representação do Poder Executivo, o secretário da agricultura, Rudimar Menegotto, ressaltou o esforço da prefeitura no enfrentamento das consequências da insegurança alimentar. “Precisamos de mais recurso e programas para atender as demandas da insegurança alimentar. São quase quatro anos do município bancado por conta própria os programas públicos municipais, desde quando deixamos de contar com o incentivo federal. Isso faz falta a todos” disse o titular da pasta.
O debate ainda teve a participação da coordenadora do Banco de Alimentos, Cristina Gregoletto. Em sua representação, a servidora questionou e abordou a evolução da fome no país, desencadeando nas ações municipais. Dados que sintetizam as consequências da falta de ações públicas acerca da temática foram apresentados no Plenário. “Segurança alimentar não é só fome, mas talvez essa seja nossa principal dor tratando do assunto. A herança da fome é vista com crueldade nas famílias. Pessoas deixam de estudar para tentar contribuir na renda familiar para comprar comida. É uma dinâmica desumana. A região sul/sudeste tem o maior aumento percentual de pessoas em estado de insegurança alimentar grave e moderada no país. Desde 2020, entramos no mapa da fome do Brasil”, destacou Cristina que ainda falou sobre o cenário em Caxias do Sul: são mais de 26 mil pessoas vivem com renda mensal per capita de até R$ 105,00, estando assim, em estado de extrema pobreza. Isso explica um pouco a evolução da fome e a insegurança alimentar que transtorna a nossa população”.
Sob pretexto das necessidades e demandas do Conselho Municipal de Segurança Alimentar, em conjunto com o Banco de Alimentos, a Frente encaminhou novas ações práticas para continuar visando o tema como algo prioritário no município. De acordo com o vereador Lucas, a proposição de uma nova Frente Parlamentar sobre a insegurança alimentar e agricultura familiar será discutida na Casa. Além disso, o vereador propôs a realização de uma Tribuna Livre no Legislativo, a fim de apresentar e ressaltar os dados e proposições expostos no encontro desta segunda-feira, aos demais parlamentares da Casa.