Na tarde desta-segunda-feira (15/08), no plenário do Legislativo caxiense, ocorreu uma audiência pública para discutir a fiação de Caxias do Sul. O encontro, promovido pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária (CLPC), reuniu algumas autoridades para falar sobre as responsabilizações e ações que podem ser feitas pelo poder público, em parceria com as empresas e provedoras de telefonia/internet. A audiência foi comandada pelo vereador Gilfredo De Camillis/PSB, presidente da CLPC.

O parlamentar destacou a atuação dos vereadores na fiscalização e repasse das demandas aos responsáveis diretos pelo problema da fiação solta e poluição visual decorrente disso. De Camillis destaca que a Comissão trabalha para dar uma resposta à comunidade, que por muitos anos se queixa do problema que não é solucionado pelas empresas.

As preocupações vão além da questão visual, adentrando ao campo da segurança pública. O assunto foi levantado pelo vereador Lucas Caregnato/PT, que manifestou a importância do encontro para buscar soluções. “É recorrente este tema e isso demonstra que não se resolve apenas no microfone. Do que compete ao parlamento, acredito que ninguém terá objeção a discutir um projeto de lei que vá sanar essa questão”. O vereador enfatizou que os presentes na audiência não podem esperar o pior acontecer para agir.

Ao se questionar a atuação das fornecedoras de telefone e internet sobre o descuido da organização dos cabos, o presidente da InternetSul, Ivonei Lopes, abordou sobre a responsabilização das pequenas provedoras em comparação às grandes empresas. “O cuidado do direito de passagem e do poste deve ser algo a ser prezado por todos. Estamos preocupados com a situação porque o poste também representa o ganha pão das provedoras”, ressaltou Ivanei. O presidente ainda evidenciou o fato de que as pequenas provedoras não podem cortar os cabos de fibra em desuso, já que o preço médio do metro de cabo de fibra representa uma grande quantidade de dinheiro para se desfazer. “Se observar quais são as provedoras que deixam o cabo desalinhando o poste, nota-se que as grandes empresas são as principais responsáveis por esse descuido”, ressaltou.

O secretário do Urbanismo, João Uez, complementou os problemas constatados de acordo com o que se observa dentro da pasta. De acordo com ele, um dos principais problemas são as concessionárias que puxam o fio de forma clandestina, prejudicando a Rio Grande Energia (RGE) a regularizar a situação do poste. O Rafael Dalla Brida, consultor de negócios da RGE, também destacou essa dificuldade da empresa em identificar os cabos. “É responsabilidade da concessionária zelar pelo poste. A RGE ainda tem problema na identificação dos cabos antigos e que estão em desuso, a legislação é antiga e por conta disso não se tem a quem notificar”, disse.

A secretária de Governo Municipal, Grégora Fortuna dos Passos, em conjunto com o vereador De Camillis, definiu a iniciação das ações efetivas para avançar nos problemas de cabos em desuso pela cidade. Em confirmação com a RGE, uma força-tarefa será iniciada em setembro para higienizar alguns postes, cortando e organizando a fiação. Previamente acordado, a ação deve ter início na segunda quinzena do próximo mês.

Além do vereador-presidente Gilfredo De Camillis/PSB, integram a comissão os vereadores Clóvis de Oliveira/PTB, Estela Balardin/PT, Gladis Frizzo/MDB e Zé Dambrós/PSB.