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Comissão de Saúde do Legislativo participa de nova reunião entre Município e Hospital Pompéia

Instituição que atende pelo SUS pede revisão dor termos do contrato, já Prefeitura não abre mão da gestão de 179 leitos


Ainda não houve acordo entre Prefeitura de Caxias do Sul e Hospital Pompéia a respeito da revisão contratual da prestação de serviços pela instituição de saúde por meio do SUS. A reunião mais recente ocorreu na manhã desta terça-feira (28/12), que teve a participação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA) do Legislativo, presidida pelo vereador Rafael Bueno/PDT, e de gestores do Pompéia e do Município. O encontro anterior foi no dia 2 de dezembro, e agora a expectativa é de que uma nova reunião seja agendada para selar - ou não - a proposta da Prefeitura, que será levada à superintendência do Pompéia, apenas representantes.

O principal imbróglio diz respeito à gestão sobre os leitos do Pompéia. A instituição de saúde quer mudar a configuração sobre essa situação. O contrato atual diz que 60% das vagas devem ser reguladas pelo SUS, o que corresponde a 179 leitos, entre enfermarias e UTIs. A instituição pretende enquadrar o contrato com o município à Lei Federal que dispõe sobre a filantropia, onde o hospital direciona 60% dos seus serviços - e não leitos - ao sistema público. Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que se dispõe a aceitar redução de alguns serviços propostos pelo hospital, como consultas com especialistas, endoscopias e colonoscopias, não abre mão da gestão dos 179 leitos, alegando que não haveria impeditivo legal. O impasse vai atravessar o ano, justamente um momento crítico quase pós-pandemia, quando cerca de 40 mil pessoas aguardam por consulta com especialistas, enquanto 9 mil esperam exames e 8 mil estão na fila por cirurgias eletivas nas mais diversas especialidades.

A secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi, afirmou que as questões propostas pela pasta e trazidas à reunião estão sob amparo legal e disse que a regulação de leitos é de responsabilidade do município e que o Estado está implantando um processo de interfaceamento das regulações municipais com a estadual. Ela frisou ainda que, em face a não aceitação ainda dos termos do novo contrato que passam a incluir os recursos do "Programa Assistir", do governo do Estado, o Pompéia já deixou de receber desde setembro pouco mais de R$ 2 milhões - e nova parcela estaria para entrar em janeiro.

Esse repasse de valores precisa constar em contrato porque o Município tem gestão plena sobre a saúde. Assim, a verba permanece no Fundo Municipal de Saúde. Conforme Daniele, desde que o governo do Estado publicou a portaria do "Assistir", o Pompéia foi contatado para incluir estes valores em contrato, e desde então desencadeou-se o processo de negociação. A superintendente do hospital, Lara Vieira, não esteve na reunião porque está com febre alta e em isolamento, segundo seus representantes que estiveram no encontro.

Para o presidente da CSMA da Câmara, que está ajudando a intermediar o impasse desde que se tornou público, é preciso que haja acordo em breve. A população é que será quem mais sofrerá com as mudanças no contrato ou até extinção dos termos, alega Rafael Bueno:

"A comunidade que necessita do SUS de forma urgente está na ponta dessa indefinição, então as partes têm que buscar um acordo."

Além de Rafael Bueno, integram a CSMA os parlamentares Adriano Bressan/PTB, Olmir Cadore/PSDB e Renato Oliveira/PCdoB, participantes da reunião, e Zé Dambrós/PSB, que não pode comparecer.

Entenda

O Hospital Pompéia tem manifestado ao Município o interesse em ajustar os quantitativos de atendimentos ao que regem as portarias do SUS, principalmente nas áreas de hemodiálise, oncologia, hemodinâmica, traumatologia e também em leitos para internação.

A instituição é referência em atendimentos pelo SUS não apenas para Caxias do Sul, mas para outros 48 municípios da região, cujos moradores são encaminhados à instituição para tratamentos médicos, procedimentos e cirurgias principalmente de alta complexidade. Na região, a população chega a 1,3 milhão.
 
Segundo a superintendente Lara Vieira, a instituição não reivindica o aumento de repasses, mas a possibilidade de realizar menos atendimentos SUS dentro do que é facultado pela lei. Conforme a gestora, o hospital estaria tendo prejuízos.

Texto: Jornalista Daniel Corrêa (Mtb 12.672). 

28/12/2021 - 14:59
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul


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