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“Gaudério desde menino, levo comigo o destino”. Eis uma amostra da poesia do escritor gaúcho Apparício Silva Rillo que o vereador Olmir Cadore/PSDB declamou no início da sessão desta quinta-feira (16/09), penúltimo dia dos Festejos Farroupilhas do Legislativo caxiense. Cadore entoou o texto trajado com a tradicional pilcha gaúcha: lenço, bombacha, camisa e guaiaca.
Acompanhado de um violão, tocado pelo músico e integrante do grupo Alma Campeira, Adelar Macedo Xavier, o parlamentar recitou “Gaudério”, obra que ilustra a bravura e os desafios de muitos gaúchos.
Natural de São João da Urtiga, interior do Estado, e residente de Caxias do Sul há 25 anos, o vereador cresceu ligado ao tradicionalismo, e destaca a nostalgia trazida pela obra declamada. “Pra mim, representa uma recordação das minhas origens, da minha infância. Nasci no interior e sempre tive uma lida campeira, na roça, no campo, envolvida com o tradicionalismo. O Legislativo proporcionou, não só a mim, como vereador, mas a todos os caxienses, uma oportunidade de resgate da cultura tradicionalista, que é um patrimônio histórico do gaúcho. Tem um significado muito especial, me senti lisonjeado, chega ser emocionante”, refletiu.
Trecho do poema “Gaudério”, de Apparício Silva Rillo:
Desde que eu tenho memória
venho cruzando caminhos.
De mãe não tive carinhos
nem de pai ensinamentos.
Gaudério desde menino,
levo comigo o destino
apresilhado nos tentos.
Rolando de pago em pago
fui criado analfabeto.
Órfão de pais e de afeto,
nem sei se tive padrinho.
Fui crescendo no abandono
como guaipeca sem dono,
que se rebusca sozinho.
Vivo solito sem mágoas,
nunca quis arranchamento,
porque o tal de casamento
segura muito um cristão.
Talvez não morra solteiro
porque o amor é caborteiro
como o próprio coração!