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O vereador Rafael Bueno/PDT se manifestou na sessão desta terça-feira (1º/06) demonstrando preocupação com o destino dos prédios da antiga Maesa, principalmente após o município se manifestar publicamente, semana passada, sobre possíveis ajustes no plano de ocupação do complexo. As adequações teriam objetivo de viabilizar uma parceria público-privada (PPP) para reativar o espaço. Bueno, presidente da Frente Parlamentar "A Maesa é Nossa", destacou que nenhuma medida poderia ser tomada sem ouvir a "verdadeira acionista" dos 53 mil metros quadrados da Maesa, a população.
O parlamentar lembrou que a definição sobre o que o imóvel comportaria havia sido definida em 2015 por uma comissão formada por diversos setores da sociedade. Porém, o secretário municipal de Gestão, Finanças e Parcerias Estratégicas, Maurício Batista, disse que o plano, como está colocado, "não se sustenta economicamente".
"Não sou contra PPPs, mas quem precisa ser priorizado é o povo, caso contrário, corremos o risco de ter que devolver o prédio ao Estado, mesmo depois de tantas lutas que se travou, por diversos setores", salientou o pedetista, dizendo que a comunidade precisa ser ouvida.
Bueno lembrou de uma visita que propôs à Maesa, no começo de maio, na qual a secretária de Planejamento, Margarete Bender, disse aos 13 vereadores presentes ao encontro que a Secretaria da Cultura encaminharia os trâmites da ocupação do complexo.
"Ao que parece não está sendo bem assim, a Cultura, um dos nortes da ocupação da Maesa devido à tanta luta que se travou principalmente por meio do movimento comunitário, pode não estar sendo contemplada da maneira que todos imaginavam, até porque quando se pensa em despertar o interesse da iniciativa privada sabemos bem do que se trata. A Maesa é nossa, e não deles", ponderou o parlamentar.
Bueno disse ainda que fará pressão junto às bancadas na Assembleia Legislativa caso a prefeitura insista em encaminhar ao Estado solicitação de ajustes na lei de doação do imóvel ao município.
"Tenho bem vivo na memória tudo o que foi feito. Abaixo-assinado, encontros, debates, reuniões com os governadores Tarso Genro e José Ivo Sartori...Não quero crer que as bancadas na Assembleia iriam compactuar com mudanças drásticas na real destinação do imóvel", argumentou o vereador. "Se precisar, vamos para a rua de novo, porque a Maesa é do povo."
Por fim, Bueno disse que o município deve deixar claro em quais termos está sendo discutido a construção de mercado público, espaço cenotécnico, biblioteca, sala para economia criativa, cinema e centro de convenções.
"Não se pode discutir uma questão dessa amplitude para o futuro de Caxias do Sul, quem sabe a solução turística, por exemplo, a portas fechadas. Não se pode passar um cheque em branco a quem quer que seja sem as devidas contrapartidas que dialoguem com os vários segmentos da comunidade”, argumentou o parlamentar.