Falar sobre a necessidade de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), em estabelecimentos públicos, foi a intenção do vereador Tibiriçá Maineri/PRB, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (10/04). O parlamentar acredita que esse atendimento é uma forma de demonstrar respeito às pessoas surdas.

Conforme ele, é preciso regularizar a medida, principalmente em hospitais, bancos e recepções. Exemplificou falando que uma surda pode chegar grávida ao hospital e precisar realizar o parto de urgência, sendo impossibilitada de se comunicar com médicos, enfermeiros, pediatras e auxiliares, em função da falta de atendimento para surdos.

Ele destaca que essa situação influencia diretamente na autonomia da comunidade surda, pois o deficiente precisa andar acompanhado de familiares ou pessoas de confiança, para intermediarem a comunicação. “Nós precisamos de acessibilidade, para nos sentirmos seguros dentro dessas instituições e para que essa comunicação flua”, ressaltou.

Informou, ainda, que pretende desenvolver um projeto de lei que torne obrigatório o acesso à língua de sinais, nos estabelecimentos de Caxias do Sul. Acredita que, mesmo o conhecimento básico de Libras, pode auxiliar para que haja um relacionamento, evitando que o surdo se sinta descontente ou angustiado, sem conseguir resolver suas necessidades.

Tibiriçá parabenizou a atitude de Gabriel Pinheiro da Fonseca, 24 anos, cobrador de ônibus em uma empresa de Pelotas. Conforme o vereador, o jovem decidiu aprender Libras por conta própria, por meio de videoaulas na internet. A intenção era conseguir se comunicar e auxiliar os passageiros surdos que utilizavam a linha de ônibus.

Os vereadores Edson da Rosa/MDB, Elisandro Fiuza/PRB, Kiko Girardi/PSD, Rafael Bueno/PDT e Tatiane Frizzo/SD se manifestaram em aparte. Para eles, a acessibilidade não pode ser considerada um favor, mas, sim, um direito. Relembraram, também, que o vereador Tibiriçá está auxiliando os parlamentares a reconhecerem as dificuldades da comunidade surda, na prática.

Também defenderam o ensino de Libras na escola, como parte do currículo.  “A partir do momento em que possibilitamos a todos os cidadãos conhecerem, pelo menos, o básico a respeito de Libras, de fato, estamos garantindo que as pessoas possam se comunicar e isso se torna universal”, afirmou Tatiane.

Tibiriçá, por fim, divulgou que vai ensinar Libras em aulas semanais, na Câmara Municipal. Duas turmas estão disponíveis para os funcionários, nos períodos de manhã e tarde. As orientações iniciam-se no dia 22 de abril.