A Semana da Visibilidade Lésbica foi destaque no início da sessão ordinária desta quarta-feira (29/08), no plenário do Legislativo caxiense. A partir da tribuna, por cinco minutos, manifestaram-se representantes do Movimento Lésbico em Caxias do Sul. Por meio de acordo de lideranças das bancadas partidárias da Casa, as ativistas Mariana de Alencastro, Natalia Borges Polesso e Tai Gonçalves trouxeram reivindicações da Marcha Mundial das Mulheres.

Elas apresentaram dados de um dossiê sobre o lesbocídio (crimes praticados contra lésbicas), realizado neste ano, no Brasil. Conforme o grupo, o índice de vítimas de preconceito contra a identidade de gênero e a orientação sexual é crescente no país. Mariana destacou que o número de mulheres lésbicas mortas passou de 16 para 54, em quatro anos. Disse que, apenas nos dois primeiros meses de 2018, 26 casos de assassinatos foram registrados.

Segundo elas, assédios, agressões e estupros corretivos, entre outras formas de violência física e verbal, são vivenciados frequentemente pelas participantes do movimento. “Isolamento social, desamparo familiar e negligência psicológica afetam diariamente nossas vidas. Em casos extremos, essa pressão leva muitas mulheres ao suicídio”, ressaltou Mariana.

As manifestantes explicaram que, ao falarem do tema publicamente, se tornam, muitas vezes, alvos de comentários preconceituosos. Para a ativista, discursos de ódio e opressão minimizam a presença do grupo, o qual, ainda assim, não deixa de existir e resistir. Esclareceu que as pautas do movimento se baseiam no direito universal e gratuito à saúde física e mental e na segurança das mulheres lésbicas de todas as idades. O grupo também se colocou a favor do Estado laico, da legalização do aborto e da luta contra o genocídio da população negra.

Mariana contou que a Semana da Visibilidade Lésbica, em Caxias do Sul, que ocorre até o dia 1º de setembro, é uma forma de se estabelecer diálogos abertos e construtivos acerca do tema, além de tornar possível a construção conjunta de espaços de convivência mais justos e igualitários, na sociedade.