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Uma moção de apoio à vitivinicultura deverá ser desenvolvida nesta semana, pela Comissão de Agricultura, Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo. A garantia foi dada pelo vereador membro Ari Dallegrave/PMDB, que coordenou os trabalhos da audiência pública, realizada na tarde desta segunda-feira (13/09), no Plenário da Câmara Municipal. Presentes à reunião, mais de 150 produtores rurais de uva da Serra reivindicaram garantias de preço mínimo para o quilo de uva. Há quatro anos sem reajuste, o quilo do produto segue cotado a R$ 0,46. Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) propõe alta para R$ 0,52, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul sustenta a faixa de R$ 0,59, atual custo do quilo da produção de uva comum.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Raimundo Bampi, pelas duas últimas safras, os produtores receberam o valor correspondente a uma. Disse que o reajuste, em discussão, não cobre a inflação do período de quatro anos. Lembrou que, desde 2006, o salário mínimo nacional pulou de R$ 350,00 para R$ 510,00.
Bampi pediu, contudo, que as autoridades governamentais considerem, ao menos, o custo de safra. Afirmou que o aumento de R$ 0,59 elevará para R$ 47,86 o valor da remuneração diária de trabalho do agricultor. Mas, se for para R$ 0,52, o provento ficará na casa de R$ 37,78, advertiu. O cálculo do sindicato baseia-se em estudo, desenvolvido junto a 471 produtores de 18 municípios da região. Entre outros fatores, a estimativa levou em conta gastos com máquinas, implementos agrícolas, ferramentas, transporte externo, juros sobre o financiamento de custeio.
Em tom veemente, o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, alertou que a falta de perspectiva, por conta da defasagem nos preços do setor primário, acarretam progressivo êxodo rural. Ressaltou, porém, o fato de, em 2009, o órgão ter promovido o escoamento de 43 milhões de litros de vinho para o mercado russo, como forma de amenizar o quadro de alto volume nos estoques do produto.
Na sequência, em nome do Sindicato Patronal Rural, Valmir Susin pediu mobilização, com o intuito de convencer autoridades políticas a apoiarem o setor agrícola. Pela Fecovinho, Alceu Dallemole enfatizou o papel da assistência técnica e do emprego de novas tecnologias rurais para superar dificuldades.
O representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Uva e Vinho), Alexandre Hoffmann, atentou para oportunidades de inserção dos espumantes, vinhos e sucos gaúchos no exterior. No Brasil, os vinhos importados ocupam 75% do mercado interno.
Pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Botega defendeu campanha de posicionamento dos espumantes nacionais. O Ibravin tem a meta de, no Brasil, até 2025, elevar o consumo de vinho por habitante ao ano, dos atuais 2,2 litros para nove litros. O diretor-geral da Secretaria Municipal de Agricultura, Arno Costansi, acrescentou que, por representar 90% da produção do vinho do país, a região precisa trabalhar pela melhoria das técnicas de manejo, para obter maiores ganhos produtivos.
A vereadora Geni Peteffi/PMDB também prestigiou a audiência. Além de Dallegrave, integram a Comissão de Agricultura os parlamentares Arlindo Bandeira/PP, Marcos Daneluz/PT (presidente), Mauro Pereira/PMDB e Vinicius Ribeiro/PDT.