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A greve dos médicos da rede do Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito de Caxias do Sul, foi novamente discutida, na sessão desta quarta-feira (01). Os profissionais cobram reajuste para um piso de R$ 7 mil. Hoje, eles recebem em torno de 3,5 mil. A solicitação acompanha reivindicação nacional, em que órgãos da categoria pleiteiam revisão do salário-base.
Diante do impasse, o vereador Rodrigo Beltrão/PT criticou a prefeitura. Segundo ele, a administração deveria usar do que chamou de tratamento político para resolver a paralisação parcial do sistema de saúde municipal. Até porque o Ministério Público está cobrando dos médicos o cumprimento da carga horária mínima de trabalho. No entanto, a prefeitura opta por, na esfera judicial, exigir a retomada dos trabalhos desses colaboradores, comentou o parlamentar.
Acompanhando o tom veemente do debate, Elói Frizzo/PSB atentou que a categoria traz, para o município, uma questão de amplitude nacional. Ele retomou a observação de Ari Dallegrave/PMDB, feita na sessão de ontem e reiterada hoje. Frizzo disse que, como concursados, os médicos do município precisam seguir os avanços salariais previstos para o cargo que ocupam. Lembrou que qualquer percentual de reajuste que obtenham terá efeito linear para todas as outras carreiras do funcionalismo.
Frizzo também defendeu a administração municipal. Ressaltou que o prefeito José Ivo Sartori estabeleceu prazo para entendimento junto ao Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv). No entanto, como advertiu Geni Peteffi/PMDB, o Sindiserv não aceita discutir a questão dos médicos sem, antes, resolver aumento real, de 8,93%, que reivindicam para todo o quadro de servidores. A vereadora salientou, ainda, que o Executivo vem destinando de 17% a 18% do seu orçamento para a saúde.
Enquanto isso, Ana Corso/PT sustentou a responsabilidade que cabe à prefeitura. Para ela, a demora, na resolução do problema, poderá agravar quadros que apurou, como prazos de um a 1,5 ano para cirurgias, nos hospitais da rede pública. A colega de partido de Ana, Denise Pessôa/PT, também cobrou posicionamento da prefeitura.
Por outro lado, Mauro Pereira/PMDB observou que mais municípios vizinhos têm procurado os hospitais de Caxias. Enfatizou que, como os planos de saúde estão mais atuantes, os médicos acabam se sentindo mais valorizados. Apontou que, inclusive, planos privados trabalham com prazos de 30 dias, para marcações de consultas médicas. Existem médicos, formados em Caxias, que já receberam propostas de R$ 12 mil para atuarem em Santa Catarina, informou.