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O pronunciamento do superintendente da Visate, Fernando Ribeiro, na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), nesta segunda-feira (26), reacendeu o debate dos vereadores sobre a gratuidade da passagem de ônibus. Na sessão desta terça-feira (27), após reivindicar a legalização de lotes no bairro Vêneto, o vereador Assis Melo/PCdoB criticou o superintendente por referir que pessoas com 60 anos, idade em que começa a incidir a gratuidade, estariam aptas ao trabalho. Classificou a ideia como simplificadora. Era preciso que se buscassem melhores condições para o transporte coletivo, que não fosse o aumento de passagem, observou. Assis aproveitou para sugerir a implantação de subsídio, a fim de impedir o encarecimento da tarifa.
O parlamentar Renato Nunes/PRB lembrou que, ano passado, quando da renovação da concessão da Visate, por mais dez anos, ficou estabelecido que a gratuidade não seria abolida. Salientou que, inclusive, a redução de tarifa chegou a ser cogitada.
A vereadora Ana Corso/PT reforçou que, em debates anteriores, ficou definido que não há espaço para que se mexa na gratuidade da passagem. Essa Casa já determinou que, de 60 a 65 anos de idade, tem limitador para quem é carente, a partir de comprovação, disse. Para ela, não faz sentido que se justifiquem eventuais aumentos pelos 23% referidos pelo superintendente. O percentual, conforme Ribeiro, seria gerado por quem não paga a tarifa. Ana admitiu, contudo, que, por conta de inflações periódicas, a passagem seja reajustada. Concordou com Melo, na questão do subsídio.
Enquanto isso, Vinicius Ribeiro/PDT atentou para o custo operacional da passagem, que se baseia pelo número de usuários. Hoje, esse encargo está na ordem de 2,6 reais. Porém, o prefeito deliberou que não quer aumento de tarifa, para que a população não deixe de usar o transporte coletivo, destacou. No momento, a passagem custa 2,2 reais. De acordo com Vinicius, a própria legislação, que orienta a concessão do transporte público, não prevê demissão de funcionários para adequar o valor de tarifa. Salientou que a alíquota municipal já foi reduzida de 4% para 2%. A seu ver, a União e o Estado também poderiam efetivar redução de 50%.
Rodrigo Beltrão/PT criticou o fato de a prefeitura não ter se manifestado sobre o tema do transporte coletivo. Defendeu, também, que todo cidadão pague subsídio. Para aumentar a adesão à modalidade, é preciso reduzir a passagem. Mas só o subsídio garantiria essa condição, frisou.
A vereadora Denise Pessôa/PT mostrou-se preocupada com a possibilidade de a empresa concessionária substituir ônibus maiores por menores. O superintendente estima troca na faixa de dez unidades. Nesses ônibus menores, não existiria o cobrador, como forma de reduzir custos. Ele disse que os profissionais seriam realocados em outros setores da empresa, comentou. Segundo ela, não fica esclarecido como a empresa diminuirá custeio sem demitir colaboradores.
Em tom esclarecedor, o parlamentar Mauro Pereira/PMDB explicou que, se for implantado, o micro-ônibus rodará em linhas que tenham menos passageiros, com o intuito de gerar economia, sem encarecer a tarifa.