Na tarde desta quarta-feira (23), a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança debateu a situação da segurança pública na área rural de Caxias do Sul. Representantes das polícias civil e militar e do Ministério Público, além de sindicatos ligados à área rural e subprefeituras do município participaram do encontro.

Jorge Ribas expôs o trabalho da Brigada por meio das patrulhas do interior. Atualmente o município conta com duas equipes, e ainda este ano as atividades devem iniciar as atividades da terceira patrulha. Também são realizadas palestras sobre segurança para as comunidades, pois, segundo ele, os moradores não realizam cuidados básicos de segurança nas residências. Além disso, há o policiamento comunitário presente nos distritos de Vila Cristina, Vila Seca, e testes na comunidade de Forqueta. O próximo núcleo será instalado em Santa Lúcia do Piaí.

Marcelo Grolli, representando a Polícia Civil, explicou o trabalho feito por meio de delegacias especializadas, e com atuação em ocorrência de furtos, por exemplo.

Segundo Rafael Stramar, o grande problema é o caráter pouco efetivo das modificações feitas nas leis e aprovadas no Congresso Nacional, que frustram a atuação das polícias e do Ministério Público. É preciso esclarecimento e mobilização social para essas questões.

Moradores de Vila Oliva, vítimas de assaltos em suas propriedades também se manifestaram. Pediram providências das autoridades, acrescentando ainda que o fato dos bandidos se deslocarem pelo mato dificulta sua identificação.

Para Arno Costanzi, representando a Secretaria da Agricultura, é preciso fazer o mapeamento das ocorrências nos distritos, e identificar os criminosos.

Os subprefeitos e representantes dos sindicatos presentes, dentre outras colocações, salientaram a dificuldade de policiamento por causa da grande extensão territorial do interior, e defenderam a necessidade de mais efetivo.

Ari Dallegrave/PMDB lembrou que há retrabalho da polícia, ao prender a pessoa que a Justiça libera em seguida. Lembrou ainda que a segurança no interior é uma prática recente.

Arlindo Bandeira/PP citou casos de seu conhecimento envolvendo violência contra moradores do interior de Caxias.

Mauro Pereira/PMDB sugeriu que os agricultores sejam esclarecidos sobre os antecedentes das pessoas que contratam para trabalhar, e que essa exigência seja embasada pelos sindicatos rurais.

Gustavo Toigo/PDT sugeriu a criação de um comitê de segurança, que leve à discussão um novo batalhão policial para Caxias do Sul, focado no interior da cidade.

Marcos Daneluz/PT reconheceu o trabalho realizado pelo policiamento comunitário, porém, considera inaceitável as comunidades arcarem com o custo do policiamento, o que na origem é responsabilidade dos governos.

Renato Nunes, presidente da Comissão de Direitos Humanos, informou que será marcada uma reunião com o secretário da Segurança Pública do Estado, Edson Goulart. Ainda, a Comissão participará de um trabalho de prevenção do interior, oferecendo orientações nas contratações de funcionários para a lavoura. Também enviaremos Moções de apoio a melhorias nas leis de âmbito criminal.

Fazem parte da comissão os Vereadores Mauro Pereira/PMDB, Daniel Guerra/PSDB, Ana Corso/PT, Renato Oliveira/PCdoB e o presidente, Renato Nunes/PRB.