O Comitê Municipal de Doação de Órgãos e Tecidos divulgou suas ações, em espaço aberto pelo Parlamento caxiense na plenária desta terça-feira (12/04). Integrante do grupo e presidente de honra da Associação RimViver, Isoldi Chies foi responsável por se manifestar da tribuna, tendo em vista que hoje é o Dia Municipal do Doador de Órgãos e Tecidos em Caxias do Sul. A data foi instituída pela Lei 7.782, de 9 de junho de 2014, a qual nasceu de uma proposta do vereador Flavio Cassina/PTB.

Isoldi também detalhou o surgimento do comitê, no qual a Câmara participa como convidada, pelo Decreto Municipal nº 15.934/2012. Entre os objetivos do grupo, composto por várias entidades e órgãos públicos, estão: possibilitar a participação da sociedade civil nas ações e serviços em incentivo à doação e captação de órgãos e tecidos para fins de transplantes através da realização de ações, atividades e eventos organizados de forma intersetorial; e propor políticas de parceria para a conscientização sobre a importância da captação e doação de órgãos e tecidos.

Em um pronunciamento comovente, ela disse que apenas quem acompanha de perto a causa pode compreender o sentimento de quem espera por um órgão. Mãe de Juliana, que morreu em decorrência de problemas renais, Isoldi relembrou da primeira campanha de doação viabilizada na cidade há 23 anos, a partir de uma parceria entre Universidade de Caxias do Sul (UCS) e prefeitura. “Lembro que, à época, a quem se declarava doador, colocávamos um selo na identidade. Caxias registrava o maior índice de pessoas dizendo sim. Hoje, temos de seguir divulgando ainda mais essa ideia, pois ninguém está livre de precisar de um órgão”, destacou Isoldi.

De acordo com ela, existem 1.185 pessoas à espera de um órgão no Rio Grande do Sul. Podem ser doados coração, rins, córneas, fígado, ossos, pulmões e tecidos. Em relação aos renais crônicos, Isoldi destacou que há o auxílio da hemodiálise, mas, em relação a outros pacientes, nem sempre é possível um tempo de vida maior. “Dos que estão na fila de espera, 179 aguardam a doação de fígado. Desse total, dois terços vão morrer antes de receber o órgão”, lamentou.

A dirigente salientou, entretanto, que Caxias obteve diversos avanços, citando como exemplos uma disciplina sobre transplantes no curso de Medicina da UCS e um grupo intitulado Liga Acadêmica de Transplantes. Conforme Isoldi, para este ano, Caxias foi escolhida para sediar um grande evento de pessoas que passaram por transplante. Será no mês de setembro e a intenção é reunir cerca de 500 participantes e especialistas deste segmento na área da medicina. “Quanto maior for nosso empenho, maiores serão os resultados. Precisamos trabalhar em prol do outro sem esperar nada em troca”, defendeu Isoldi, reafirmando seu permanente incentivo à doação de órgãos e tecidos.

Ao final da explanação, o presidente da Câmara, vereador Edi Carlos Pereira de Souza, aproveitou para convidar a comunidade para o 2º Passeio Ciclístico #1Salva8, no próximo domingo (17/04), em Caxias do Sul, com concentração às 9h, no largo da prefeitura. A iniciativa é uma ação conjunta da Câmara de Vereadores, da RimViver e do Prataviera Shopping.