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Assistência à saúde é debatida na Câmara

Déficit de vagas na UTI e pronto atendimento dos hospitais regionais norteou a discussão


Na tarde desta terça-feira (08), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente reuniu-se com as direções dos hospitais Pompéia e Geral, além da secretária municipal da Saúde Maria do Rosário Antoniazzi, para tratar sobre o andamento do complexo regulador de assistência à saúde do SUS em Caxias do Sul.

A Comissão pediu esclarecimentos sobre a oferta de leitos para internação e nas unidades de terapia intensiva (UTI) dos hospitais, bem como a demanda atendida de consultas especializadas pelo SUS. Renato Oliveira/PCdoB, presidente da Comissão, questionou a possibilidade do município comprar leitos destinados à rede pública, e também se há um plano de atendimento emergencial durante o inverno, período em que aumenta a incidência de doenças respiratórias. Ainda, como está o repasse de verbas federais para a saúde em Caxias.

O complexo regulador de assistência à saúde, em Caxias do Sul, comporta centrais que regulam os leitos vinculados ao SUS, tanto de pronto socorro como unidade de tratamento intensivo, consultas especializadas e serviços de urgência e emergência, estes realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Francisco Ferrer e Carlos Silveira, respectivamente Diretor Administrativo e Gerente médico do Hospital Pompéia, apresentaram dados de atendimentos e infraestrutura do hospital. O pronto atendimento do Pompéia realiza, em média, 1400 atendimentos mensais, e a ocupação está sempre próxima ao limite. Em abril, a taxa de ocupação do PA foi de 114%. A falta de leitos na UTI gera o cancelamento de cirurgias, e a fila de espera é constante.

Apresentaram ainda medidas internas para amenizar o problema, como a contratação de médicos e o gerenciamento de leitos. Lembraram as obras de ampliação que estão sendo feitas no hospital, que englobam a reforma de pronto socorro, laboratória e área de recepção, além da ampliação da quantidade de leitos e a abertura de uma nova UTI adulto, com 10 vagas. Ambas as obras serão realizadas por meio de financiamentos.

O Diretor do HG Sandro Junqueira salientou a superlotação e carência de leitos. Constantemente, há 4 pacientes internados na área do pronto socorro, por falta de vagas na Unidade de Terapia Intensiva.

A aquisição de equipamentos, alteração do quadro de funcionários e maior integração com o ambulatório da UCS foram melhorias implantadas para amenizar a situação.

Sandro informou sobre o Plano Diretor do HG, arquitetado em 2009, que inclui a adequação da área física do pronto socorro e da UTI, bem como 120 novos leitos para internação clínica. O investimento total é de R$ 16 milhões.

A Secretária Maria do Rosário salienta que a intenção do Ministério da Saúde, com os complexos reguladores, é garantir o acesso amplo aos serviços básicos, o que no caso da saúde não ocorre pela incapacidade da estrutura física dos hospitais que atendem pelo SUS.

O poder público, ao invés da construção de um hospital de pronto socorro em caxias, optou pela qualificação dos serviços emergenciais nos dois hospitais regionais da cidade que atendem pelo SUS, pois favorece a otimização dos recursos necessários. Buscamos parcerias entre governos estadual e federal e o município, que arca com a maior parte dos gastos.

Maria do Rosário esclareceu que existe um plano de atendimentos emergenciais para o inverno, por meio do fortalecimento estrutural das unidades básicas de saúde. Explicou ainda como funciona a central reguladora e urgência e emergência por meio do SAMU.

Há a necessidade urgente de 30 leitos de UTI, o que deve ser viabilizado por meio de auxílio parlamentar.

Mauro Pereira/PMDB salientou a questão dos planos de saúde, que ao não oferecerem cobertura completa em determinados atendimentos, obrigam a população a procurar a saúde pública, o que aumenta a demanda do SUS.

Segundo Rodrigo Beltrão/PT, a responsabilidade pelo déficit físico também é do governo estadual, que aplica 4% em saúde, quando os investimentos deveriam ser de 12%. Acredito que falta ousadia da prefeitura para investimentos pesados na ampliação dos hospitais. Sugiro que nós (vereadores) busquemos apoio na representatividade das bancadas gaúchas.

Ao final do encontro, Renato Oliveira informou que a Câmara vai continuar acompanhando as iniciativas do poder público, e atuando na resolução do problema.

Participam da Comissão os Vereadores Vinicius Ribeiro/PDT, Denise Pessôa/PT, Rodrigo Beltrão/PT, Ana Corso/PT e o presidente, Renato Oliveira/PCdoB.

08/06/2010 - 19:50
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul


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