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O fim das filas nas unidades básicas de saúde (UBS), para o agendamento de consultas e a ampliação da qualidade dos atendimentos públicos, são fatores de preocupação da vereadora Andressa Marques/PCdoB. Na sessão ordinária desta quarta-feira (26/02), apontou a situação precária pelas quais muitas pessoas passam, para conseguirem agendar uma consulta, o que, segundo ela, está relacionado com a carência de maiores equipes de profissionais, disponíveis em cada UBS.
Ao analisar a UBS, ela disse que equipes estão reduzidas, o que faz com que as pessoas ainda precisem ir em filas durante a madrugada retirar uma senha para conseguir atendimento, porque a central de marcação de consultas é muito pequena para atender as demandas da população. Além disso, a vereadora falou que já existem municípios no Brasil que não possuem mais filas para as pessoas conseguiram agendar uma consulta em algum centro de saúde. Destacou ser desumano que atualmente as pessoas ainda precisem ir com muitas horas de antecedência retirar uma senha para conseguirem marcar uma consulta. Disse que, em alguns casos, precisam levar o filho pequeno junto com elas na fila durante a madrugada, por não terem com quem deixar a criança, por exemplo.
Membro da Comissão de Saúde, a parlamentar explanou sobre como é preciso trabalhar preventivamente para conseguir desocupar as unidades de pronto atendimento (UPAs) e os hospitais, aumentando a qualidade de vida da comunidade. Por isso, na ótica dela, o dever é fortalecer as UBSs com mais profissionais. Afirmou que, nesta Legislatura, a ideia é planejar e ampliar a qualidade do atendimento público, possibilitando a marcação de consultas por telefone ou presenciais, sem obrigar o cidadão a ir até as unidades, durante a madrugada para fazer o agendamento. Apontou para a necessidade de maior planejamento, na atenção à comunidade, a partir das UBSs, além de precisar haver mais profissionais disponíveis, como médicos, especialistas, psicológicos, nutricionistas, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
A vereadora explicou que a área da saúde corresponde a 10% do emprego qualificado no Brasil, o que representa em torno de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional. De acordo com ela, a capacidade de Caxias do Sul em instalar um complexo produtivo da saúde autoriza o poder público a projetar um desenvolvimento acelerado, se devidamente articulado, com setores de equipamentos e médicos hospitalares. Destacou que o Sistema Único de Saúde (SUS) só será sustentável se a capacidade de produzir novas tecnologias, medicamentos e serviços na área for aumentada. “Se nós pensarmos em uma gestão que seja acessível ao povo, vamos nos preocupar com essas coisas. Desejo tratar desses temas com responsabilidade, pois todo mundo precisa de um atendimento de qualidade, pois o SUS é para todos”, falou.
Andressa também comentou que muito é discutido sobre a questão da saúde, mas pouco realmente é conhecido, e que não é possível falar da saúde sem conhecer os conselhos responsáveis que tratam sobre esses temas. “Não sabemos muito da Lei nº 8080, que fala sobre o SUS a nível nacional, e também não sabemos como foi a construção dele na Constituição Federal de 1988. A redemocratização da época coloca a conquista do SUS como uma das grandes vitórias da nossa população”, observou. Além disso, ela disse que toda política pública precisa ter um conselho eficaz para poder fiscalizar, discutir e apresentar as prioridades da população e de todos os segmentos envolvidos.
Os vereadores Estela Balardin/PT e Sandro Fantinel/PL participaram em apartes. Fantinel parabenizou o discurso de Andressa e lamentou a falta de auxílio dos outros 48 municípios que são atendidos pelas unidades de saúde nas discussões que buscam ampliar a qualidade do SUS. Estela, por sua vez, apontou que Caxias do Sul possui apenas 155 agentes comunitários de saúde, sendo que é viável haver 2 mil profissionais aptos. Além disso, comentou que existem 49 médicos habilitados da Estratégia Saúde da Família, sendo que o município poderia contratar 262 profissionais, o que demonstra a omissão de Caxias do Sul em buscar habilitar o restante dos médicos e agentes que poderiam estar disponíveis para atender à população.