O presidente Alberto Meneguzzi/PSB prestou contas dos dois primeiros meses no comando da Câmara de Caxias do Sul, durante o espaço de líderes da sessão ordinária desta quinta-feira (1°/03). No intervalo reservado às lideranças, também se manifestaram sobre diferentes temas os vereadores Adiló Didomenico/PTB, Edson da Rosa/PMDB, Kiko Girardi/PSD, Paula Ioris/PSDB, Paulo Périco/PMDB e Renato Nunes/PR.

Meneguzzi considerou um grande compromisso conduzir o Parlamento da maior cidade do interior gaúcho. “É muita responsabilidade estar nessa função. Para cumpri-la, temos um lema: que a gente não tenha pressa, mas que a gente não perca tempo”, frisou.

Meneguzzi reafirmou o propósito institucional do Legislativo de bem receber a todos os segmentos e moradores da cidade. Citou, por exemplo, o movimento comunitário, os imigrantes, políticos de diferentes partidos, integrantes de grupos apoiadores e também contrários a determinadas ideologias. “A gente não consegue agradar a todos, mas, em dois meses, todos foram bem recebidos na Câmara. Precisamos garantir o direito à manifestação com segurança”, afirmou, ao pontuar a mobilização que o processo de impeachment em andamento, o qual apura denúncias contra o prefeito Daniel Guerra/PRB, vem gerando atualmente.

Meneguzzi elogiou a Comissão Processante pela prudência adotada na condução dos trabalhos, ressaltando a postura ética e respeitosa adotada pelo presidente do grupo, vereador Edson da Rosa/PMDB.

Na condição de presidente, Meneguzzi não pode apresentar projetos, nem participar de votações, exceto em caso de desempate. Isso, entretanto, não impede que exponha suas opiniões a respeito de distintos temas ou decisões. Nesse sentido, o vereador disse que recebeu, ontem (28/02), o presidente do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (Ipam), André Francisco Wiethaus, o qual lhe explicou sobre o projeto em pauta, de autoria do Executivo e que autoriza a alienação de capital social do Ipam na Farmácia do Ipam. Meneguzzi se colocou contrário à proposta, assim como se opôs à possibilidade de terceirização do Postão 24H.

   O vereador socialista também criticou a atual administração municipal na área da saúde. “A Secretaria Municipal da Saúde tem errado e sucateado o Postão 24H”, avaliou. Em aparte, a parlamentar Paula Ioris/PSDB elogiou a atuação de Meneguzzi na presidência da Casa, ressaltando que o cargo exige equilíbrio e lucidez.

Mulher na política

A vereadora tucana aproveitou para também discorrer a respeito da presença da mulher na política. Paula disse que o investimento na mulher é menor se comparado ao homem que decide concorrer a cargos eletivos. Lembrou que 52% dos habitantes do Brasil são do sexo feminino, porém o número de eleitas é acentuadamente menor em relação aos políticos do sexo masculino. Para exemplificar, destacou que, na Câmara Federal, nem 10% das 513 cadeiras são ocupadas por elas. “Temos de ter consciência sobre a necessidade de ter representação tanto de homens quanto de mulheres. Precisamos, de imediato, é vencer o preconceito e se preparar para entrar na política”, defendeu Paula, estimulando o público feminino.

A parlamentar divulgou a mobilização do grupo “Política de Saias”, o qual iniciou em 2016, por iniciativa de sete mulheres, tendo como propósito preparar a mulher para ocupar espaços políticos. Despertar, qualificar e aperfeiçoar são os eixos principais do grupo para dobrar o número de vereadoras na próxima eleição, sinalizou Paula. A tucana aproveitou para convidar a comunidade para as próximas atividades, nos dia 7 e 17 de março.

Os parlamentares Kiko Girardi/PSD e Adiló Didomenico/PTB ressaltaram a dificuldade em ter mais mulheres presentes nos debates partidários e nos pleitos eleitorais. Na opinião do vereador Rafael Bueno/PDT, essa falta de maior espaço para a mulher sofre influência da sociedade patriarcal, que tem na figura dos homens o centro das atenções.

Incentivos à uva e ao vinho

O vereador Paulo Périco/PMDB retomou um assunto trazido a plenário pelo  vereador Felipe Gremelmaier/PMDB, na quarta-feira (28/02), que questionou a ausência dos municípios da região, como Caxias do Sul e Farroupilha,  no projeto que cria a Zona Franca do Vale dos Vinhedos, de autoria do deputado federal João Derly/Rede. Périco também informou que representantes do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e o deputado federal Mauro Pereira/PMDB estiveram com integrantes do governo federal, que informaram sobre a liberação de R$ 400 milhões a juros de 8,5%/ano para a próxima safra da uva. Presidente da Comissão de Agricultura, Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo, vereador Velocino Uez/PDT e os parlamentares Felipe Gremelmaier/PMDB e Edson da Rosa/PMDB ratificaram a necessidade de chamar o deputado Derly para explicar melhor a proposta.

Críticas aos governos

Ao encerrar o espaço de líderes, o vereador Renato Nunes/PR trouxe ao plenário um programa da campanha do ex-prefeito Alceu Babosa Velho/PDT (2013-2016). O republicano listou diversas ações, que, segundo ele, ficaram somente no papel, como o plano diretor cicloviário, pistas de arrancada, turno integral, ginásio municipal e a perimetral Sul-Leste. 

“Foram promessas de campanha e cadê a execução? O que aconteceu? Não rolou? O prefeito Alceu Barbosa Velho foi o pior prefeito que Caxias teve na história. Não conseguiu fazer sucessor de tão ruim que é como político”, avaliou o republicano.

Em defesa do ex-prefeito, entre outros pontos, o vereador Rafael Bueno/PDT disse que foram implantadas ciclofaixas e o turno integral na gestão passada.  O pedetista também criticou o fato de a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), no atual governo, ter feito uma reunião em que definiu a criação de um cargo em comissão especial. “Vocês que estão aqui na iminência de perder o emprego (direcionando-se à plateia, composta por funcionários da Farmácia do Ipam), sabem para que foi feita essa reunião? Para criar um CC especial para a esposa do vereador Renato Nunes”, ressaltou Bueno.

O parlamentar Renato Oliveira/PCdoB se manifestou em solidariedade aos colaboradores da Farmácia do Ipam. O vereador apresentou números que mostram lucro da unidade em 2015 e 2016, porém com queda acentuada em 2017. “Isso é gestão. Esse é o gestor que veio para destruir Caxias. Então, este ano, a tendência é dar prejuízo”, lastimou Oliveira.