
Mauricio Marcon(PODEMOS)
Palavras Chave: Elisandro Fiuza, Sandro Fantinel.
Texto sem revisão final
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Senhora presidente, caros colegas, bom-dia, quem nos acompanha de casa. Bom, eu começo esse discurso para pedir que os colegas não me meçam com a régua deles, às vezes. Eu não sei quem normalmente... Quem ganha a prefeitura vira governo, independente de quem apoiou antes. Eu quero dizer que este vereador e futuro deputado federal será oposição ao governo do PT. Quando trazem notícias plantadas por alguns em mídias, não tenho culpa disso. Este deputado, futuro deputado, será oposição ao governo do PT. Então quem, normalmente, dependendo do governo, para ter dois, três cargos vira governo, independente se foi contra antes, bom, essa régua não diz respeito a mim. Ir ou não ir, vereador Fantinel, na manifestação, até onde eu sei, não quer dizer que eu sou oposição ao governo Bolsonaro ou se eu sou situação. Até porque eu gostaria de lembrar que Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira não foram às manifestações. Então eles também não são bolsonaristas? O filho do presidente não é mais, não defende mais o Bolsonaro. E eu expliquei muito seriamente, porque tem uma diferença, vereador Bressan, de nós sermos cidadãos normais e a gente ter um cargo. Ontem, a manifestação era a favor da intervenção militar. E nós precisamos entender por que as pessoas querem intervenção militar. E é fácil de entender, vereador Bortola: pelo descrédito que as instituições vivem hoje. Adianta pedir alguma coisa para o Supremo? Aparelhado pela esquerda, onde um dos ministros que eu tenho medo, hoje, de citar o nome, porque tem deputado federal tendo as redes retiradas, teve uma atuação completamente parcial na democracia. Ora, se nós somos democratas, nós devemos exigir que as condições sejam as mesmas. Se fala tanto de fake news, que um dos candidatos eleito mentiu descaradamente que o 13º seria retirado, sabendo que era mentira. O ministro fez vista grossa. Quando o candidato Bolsonaro trouxe um depoimento de um ex-ministro do Supremo dizendo que o agora eleito presidente não foi absolvido... Aliás, eu gostaria de lembrar, vereador Fiuza, que Lula foi condenado, para quem comemora a vitória de um ladrão, por 20 juízes em três instâncias. E que, por um capricho do Supremo, a gente sabe e imagina por quê, foi “descondenado”. Então, as pessoas que estavam lá ontem, a maioria nem sabe o que é intervenção militar, nem sabe o que é intervenção federal. A maioria está preocupada com o seu país. “Ah, mas nada vai acontecer. Tudo vai continuar igual.”. Eu tenho certeza que, quando Nicolás Maduro venceu na Venezuela o Capriles por 0,6%, a população deve ter pensado a mesma coisa: “Nada vai acontecer.” Então, se tem parlamentar eleito que fez campanha para o Bolsonaro e vai se vender para um ladrão, bom, daqui quatro anos, vereador Fantinel, as urnas vão cobrar, como cobraram agora. Ou vamos nos lembrar do caso da Joice, que usou três milhões do fundão, três milhões para tentar pagar o que ela tinha feito, e ela fez 13 mil votos. Aliás, um número, não é, para dizer para ela: Tu és uma fracassada. As pessoas, elas querem pessoas que as representem. Esta Câmara serve de exemplo. Eu não mudei um milímetro de quando eu entrei aqui.
VEREADOR ELISANDRO FIUZA (REPUBLICANOS): Um aparte, quando possível.
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Um milímetro. Eu me mantive não oposição ao governo Adiló, porque, no segundo turno, eu o apoiei, mas cobrando atitudes que eu achava certa. Nunca sentarei ao lado de alguém que roubou o Brasil. Nunca! É uma questão pessoal minha. Eu não compactuo com assaltante. É algo meu. Se eu tiver que perder o mandato, se eu tiver que perder a minha liberdade para defender o que eu acredito, eu acho que é a atitude que eu quero que os meus filhos tenham como exemplo, de não desistir, de não se dobrar. Não vou me vender por cargos, não vou me vender por emendas. Eu serei um parlamentar que defenderei os mais 140 mil votos, baseado no que eu acredito. Então, quando as pessoas criticam as manifestações que, aliás – vereador Fiuza, já lhe concedo aparte – mais de 30 mil pessoas participaram ontem, 30 mil pessoas. No Rio de Janeiro, vereador Bortola, dezenas de milhares estavam lá. Isso é um desespero das pessoas que não querem que seu país vire o que a gente está vendo. “Ah, mas a Argentina...” Quem foi a primeira visita que Lula recebeu? O presidente da Argentina, que ontem congelou preços por 120 dias. Uma medida, vereador Cadore, sabidamente ineficiente. Então a gente pode recriminar meia dúzia que se passa, que não sei o quê. Tudo bem. Mas, ontem, eu tinha parentes na manifestação preocupados com o futuro dos seus filhos. Então nós temos que entender o clamor das ruas. E o clamor das ruas disse: “Nós não aceitaremos retrocessos em nossa democracia.” Esse recado vale para o Supremo Tribunal Federal que, de forma vergonhosa, soltou alguém que foi condenado por 20 juízes. Aliás, eu pergunto: Se algum de nós tivesse sido condenado por 20 juízes em três instâncias, será que o Fachin e a turma dele lá teriam nos soltado? Claro que não! Então isso não é Estado Democrático de Direito; isso é intervenção política na justiça. Então as pessoas que estavam ontem precisam ser respeitadas. Quero dizer que eu sou contra a intervenção militar, que eu acho que romper a democracia não é um caminho. Mas que quem foi eleito com um discurso que mantenha o discurso lá. O vereador Fantinel trouxe essa mensagem muito clara. A direita é maioria no Congresso Nacional. Se for cumprido o que esses parlamentares disseram que iriam fazer, Lula não aprova nome de rua, porque ele não tem maioria simples, nem na Câmara e nem no Senado. De minha parte, reitero mais uma vez: honrarei o 140.634 votos que recebi, como sempre honrei os 5.618 que recebi aqui na Câmara. Eu serei oposição, mesmo que isso me custe, talvez, a liberdade nas redes sociais, me custe – que eu nem quero também – cargo em governo, ministério. Esse tipo de coisa a política não aceita mais. As pessoas, hoje, elas querem pessoas que as representem de verdade. Não quem chega ao poder e muda de discurso. Seu aparte, vereador Fiuza.
VEREADOR ELISANDRO FIUZA (REPUBLICANOS): Obrigado, vereador Marcon. Na verdade, o que houve de positivo nessas manifestações foi que, em outro momento, existia esse tipo de manifestações não da forma que foi feita ontem. Com democracia. Mas com vandalismo e tantas outras coisas. Então, sempre quando houver esse tipo de situação é inevitável que o outro lado vai dizer sempre que não é democrático.
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PATRIOTA): Peço um aparte.
VEREADOR ELISANDRO FIUZA (REPUBLICANOS): Mas eu quero saber, vereador Marcon, o que vai ser dos institutos de pesquisa que, de certa forma, trabalharam muito mais? Ao invés de ter uma posição neutra, trabalharam para o outro lado. E as inserções que a coligação de PL, Republicanos e tantos outros não tiveram nas rádios e TVs? Como vai ficar? Qual vai ser o resultado de tudo isso? E a pergunta que fica: Será que isso auxiliou o governo? O presidente Bolsonaro? Ou a candidatura do Luiz Inácio Lula da Silva? Então não é questão de palavra, de derrota ou não derrota. Na verdade, a maior derrota foi a derrota de ter uma candidatura que se elegeu e que vai precisar trabalhar muito para convencer o outro lado das suas possíveis posições. E é isso que está declarado verdadeiramente, de uma forma democrática e respeitosa, que não vai ser mamão com açúcar. Essa é verdade. Obrigado, vereador Marcon.
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Obrigado, vereador Fiuza. Seu aparte, vereador Fantinel.
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PATRIOTA): Obrigado, vereador Marcon. A intenção, toda ela, das manifestações de ontem, era simplesmente... Para os organizadores, claro, não para a população que tinha os seus intuitos, mas para os organizadores era simplesmente dar um aviso: nós estamos aqui. Qualquer coisa que você fizer fora da linha, nós estaremos aqui novamente. Obrigado.
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Exatamente, vereador Fantinel. Acho que, ontem, foi um sinal que, diferentemente de outros governos onde se roubava, onde se fazia de tudo com o dinheiro do povo, desta vez as pessoas estão ligadas. E o que aconteceu no passado não vai se repetir impune desta vez. Obrigado, presidente.