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A demissão de 250 funcionários do Grupo Voges, na última terça-feira, ganhou ênfase na abertura da sessão ordinária desta quinta-feira (13/11), no plenário da Câmara Municipal de Caxias do Sul. Muitos deles vieram ao plenário da Casa. Por acordo das lideranças das bancadas partidárias, a partir da solicitação do vereador Henrique Silva/PC do B, o vereador-presidente Gustavo Toigo abriu cinco minutos para a manifestação de Paulo Freitas, do departamento jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região. A Voges encontra-se em recuperação judicial.
A partir da tribuna, Freitas comentou que esses 250 desligados se somam a outros 400 demitidos do segmento de metalurgia daquele grupo, desde junho de 2013. "Desde a primeira etapa demissionária, a Voges se comprometia a não mais demitir. Além de não cumprir com as garantias dadas à Justiça, a empresa ainda ignorou o pagamento de direitos trabalhistas", explicou.
Freitas também lamentou que, quanto aos 250 demitidos na terça-feira passada, a empresa tivesse se negado a dar baixa nas carteiras de trabalho. "Ela informou que só faria o procedimento em dezembro", contou. O representante sindical ainda disse que tentará viabilizar uma espécie de alvará, para que os funcionários conseguissem acessar o seguro-desemprego.
Por cedência do vereador Jaison Barbosa/PDT, que estava escalado para o grande expediente de hoje, Henrique também foi à tribuna, de onde retomou pontos abordados por Freitas. O comunista criticou a lei federal 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, que disciplina os critérios de recuperação judicial (medida que busca evitar a falência de uma empresa que perdeu a capacidade de pagar suas dívidas). Pediu à Comissão de Desenvolvimento Econômico, presidida pelo vereador Guila Sebben/PP, que promovesse audiência pública sobre o tema. O progressista afirmou que buscará viabilizar a sugestão de Henrique.
Em seguida, solicitando manifestações de líder de bancada, falaram diversos vereadores. Para Rodrigo Beltrão, o patrimônio restante da Voges poderia ser aproveitado para suprir pendências com credores e os próprios demitidos. O petista destacou temer que outras empresas seguissem o que entende por mau exemplo, dado pela Voges. O vereador Mauro Pereira/PMDB enumerou moções da Câmara, em prol do fortalecimento da indústria.