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O vereador Rodrigo Beltrão/PT fez uma reflexão sobre os últimos acontecimentos políticos no município, no Estado e no país, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (17/07). O petista defendeu o plebiscito sobre a reforma política no Brasil e apresentou uma análise inicial sobre a proposta de alterações no Regimento Interno da Câmara de Caxias do Sul. Beltrão acredita que o documento deve ser alterado, mas, na sua avaliação, a questão do horário não deve ser o tema central desse debate. Elogiou os jovens que estão pedindo mudanças. Ao mesmo tempo, Beltrão afirma que essa parcela da sociedade não tem a concretude sobre o que era o país antes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o poder.
Disse que o Brasil poderia ter ficado de joelhos aos Estados Unidos caso tivesse assinado o acordo para integrar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "Desde então, o Brasil cresceu nas relações comerciais e, hoje, é reconhecido internacionalmente. O Brasil de hoje não é um país de terra arrasada", afirmou. De acordo com o parlamentar, foi criada uma constituição mais democrática, porém, o sistema eleitoral permaneceu o mesmo sem qualquer tipo de alteração. Sobre o financiamento de campanhas, o petista defende o modelo com recursos públicos. Salienta que não existe uma fórmula igualitária e justa de financiamento privado quando apenas uma pequena parcela de políticos recebe milhões de empresas particulares.
O parlamentar acredita que o país vive uma crise de representação e uma grande parte da população não tem voz. Ele cita como exemplo o atual Parlamento caxiense, onde 23 vereadores receberam (na totalidade) cerca de 70 mil, num universo de aproximadamente 320 mil eleitores. Avalia que este é o momento ideal para reformas profundas na politica brasileira. O parlamentar apoia a sugestão da presidenta Dilma Rousseff de criar um plebiscito para balizar as regras da reforma política. "A ideia do plebiscito é importante por abrir espaço ao debate popular", elogia. Lamentou que, como ferramenta de democracia, o plebiscito ou o referendo jamais foram usados em Caxias do Sul. Defendeu que a sociedade deve acumular forças para cobrar do Congresso Nacional as mudanças necessárias. Abordando a questão da reforma política, o vereador Mauro Pereira/PMDB sugeriu à presidenta Dilma Rousseff que corte o número de ministérios, reduzindo de 39 para 25. Na visão do parlamentar, somente com essa medida o governo federal poderá recuperar a imagem desgastada da classe política e da própria chefe do Executivo federal.
O vereador Felipe Gremelmaier/PMDB também é favorável à criação de um plebiscito, frisando que a consulta popular é a melhor forma para discutir a reforma política. No entanto, Felipe não está otimista quanto à realização da consulta popular. "O que mais me assusta é que não vejo uma real vontade do Congresso de fazer a reforma politica", lamentou. O vereador Gustavo Toigo/PDT compactua com as palavras do colega peemedebista. Já Rafael Bueno/PCdoB afirma que não vão ocorrer reformas se não existir a reforma política. Ele citou como exemplo a questão do fator previdenciário que iniciou no governo de Fernando Henrique Cardoso e até o momento não saiu do papel. O vereador Henrique Silva/PCdoB defendeu o financiamento público de campanha, sistema que, na sua ótica, pode mudar o perfil do Congresso. Ele defende o plebiscito e diz que é preciso escutar a voz das ruas, caso contrário, não ocorrerão avanços para fazer as mudanças que a população exige.