O processo de informatização das unidades básicas de saúde (UBS) deverá facilitar o acesso a consultas, derrubando a necessidade do uso de telefone, como anunciou a secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi. Ela fez a manifestação na reunião ordinária da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, realizada na tarde desta quinta-feira (22/11), na sala das comissões da Câmara Municipal de Caxias do Sul.

Questionada sobre a prática da lei do agendamento telefônico de consultas, de autoria do vereador Mauro Pereira/PMDB, que beneficia idosos e pessoas com deficiência já cadastradas nas UBS, Maria do Rosário falou das prioridades da pasta. Para ela, o foco é na informatização do serviço municipal de saúde e, não, no investimento em pessoal, para o atendimento telefônico.

A secretária explicou que, através do novo processo de agendamento e controle de consultas, que já funciona em algumas unidades, os pacientes receberão um torpedo em seus aparelhos celulares, confirmando data e horário da consulta. A medida servirá, também, como forma de conter a abstenção em consultas especializadas, que hoje é de cerca de 30%, observou. Maria do Rosário não estimou uma data específica para a conclusão do sistema.

Ainda assim, conforme ela, a referida lei vem sendo cumprida de acordo com a realidade de cada unidade básica. Outro problema, apontado pela secretária, como dificuldade para o cumprimento da lei, é a grande quantidade de trotes passados aos órgãos da saúde, o que mantém o telefone ocupado por muito tempo e não garante que a pessoa será, de fato, atendida. A legislação prevê que até 20% das consultas diárias de cada UBS possam ser agendadas por telefone.

A diretora do setor de informações em saúde da secretaria, Leila Beatriz Achutti, apresentou o sistema, utilizado pela secretaria desde 2007. Conforme ela, se divide por módulos. Afirmou que alguns já estão funcionando, enquanto que outros se encontram em estágio de aperfeiçoamento. O mecanismo já tem o cadastro de 454.376 pessoas, de acordo com Leila.

Dentre as funções assistidas em tempo real, pelo sistema de informática, Leila destacou a dispensa de medicamentos, encaixe e controle de agenda dos profissionais, agendamento de consultas nas unidades, centrais de marcação de consultas e de regulação de leitos. As próximas etapas do processo de informatização englobam, segundo ela, a implantação do controle de frotas, o prontuário eletrônico, os resultados de exames online e a regulação dos prestadores de serviço.

Na ocasião, Maria do Rosário, falou, também, da falta de médicos, na cidade. Por meio de um cadastro realizado em universidades do Sul do país, de acordo com ela, estão sendo selecionados médicos recém-formados que atuarão como efetivo de substituição de férias, em Caxias do Sul.

Para a secretária, as medidas que podem ser tomadas de forma paliativa, já que a escassez de médicos dispostos a atender, pelo Sistema Único de Saúde, consiste em realidade de diversas cidades brasileiras, ao invés de um problema pontual do município.

Além do presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Renato Oliveira, estiveram presentes na reunião os vereadores Daniel Guerra/PSDB e Pedro Incerti/PDT.