As formas de se obter linhas de crédito, para a agricultura familiar, foram detalhadas na manhã deste sábado (21/07), no ginásio de esportes da Escola Municipal do Distrito de Santa Lúcia do Piaí. Na oportunidade, a Comissão de Agricultura da Câmara promoveu audiência pública. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Gilberto Pepe Vargas, detalhou os critérios do financiamento para a produção do chamado pequeno agricultor.

De acordo com o presidente da comissão, vereador Guiovane Maria/PT, os produtores do Interior caxiense puderam conhecer melhores condições para financiar diversas culturas, incluindo agricultura familiar, agroindústria e hortifrutigranjeiros. Salientou que a região de Santa Lúcia responde por mais de 25% dos produtos de hortifrutigranjeiros comercializados na Central de Abastecimento do Estado (Ceasa).

Guiovane apontou que o Interior ainda carece de maior acesso à informação. Para ele, a descentralização das redes de telefonia possibilitaria que mais jovens não trocassem o meio rural pelo urbano.

Na sua palestra, o ministro do Desenvolvimento Agrário enfatizou que os juros para investir em maquinário (tratores, colheitadeiras, etc.), por exemplo, estão na faixa de 0,5% a 2% ao ano, com três anos de carência e até dez anos para a quitação do empréstimo. Salientou que, por essa linha, em torno de 45 mil tratores foram adquiridos no país, desde 2008.

Pepe Vargas chamou a atenção para o programa que incentiva as prefeituras a adquirem produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. Segundo ele, até 30% do montante das refeições, se vier desse setor, pode ser comprado com dispensa de licitação.

O ministro também comentou sobre a participação da agricultura familiar nas economias nacional e estadual, por meio do censo agropecuário de 2006 (o mais recente). Destacou que o segmento, no Nordeste do estado, respondeu por R$ 1 bilhão em produção, naquele ano. Observou que, no Rio Grande do Sul, 85,7% dos estabelecimentos rurais provêm do modelo familiar. Conforme Vargas, a prática consolida 54% do valor bruto agrícola estadual.

O palestrante traçou um panorama da participação da agricultura familiar, em diversos setores do agronegócio gaúcho: bovinos (36%), feijão (84%), leite (85%), mandioca (92%), entre outros. Referiu, ainda, que, entre os 50 principais produtos exportados pelo estado, a prática familiar participa com 44% do montante total.

Ele atentou que, com 24,3% da área rural do Rio Grande, a agricultura familiar apresenta produtividade média de R$ 1.779,00 por hectare. Enquanto isso, a não familiar atinge R$ 770,00 por hectare, pontuou. Vargas disse que a modalidade familiar corresponde a 70% de todos os alimentos consumidos no Brasil.

Os vereadores Marcos Daneluz/PT e Mauro Pereira/PMDB prestigiaram a reunião. Além do presidente Guiovane, integram a Comissão de Agricultura, Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo os parlamentares Daneluz, Mauro e Pedro Incerti/PDT.