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Líderes repercutem reivindicações sobre vans

Saúde pública e embate entre dois vereadores também tiveram espaço


A presença de mais de 150 proprietários de vans em plenário repercutiu nas declarações de líderes de bancada nesta terça-feira (25/07) na Câmara de Vereadores. Após o representante dos profissionais, Luiz Antonio Ferraz Lima, encaminhar uma série de reivindicações relacionadas à categoria, parlamentares pediram a palavra.

Em nome do PP, o vereador Arlindo Bandeira hipotecou solidariedade ao movimento, resgatando sua condição de colono e motorista por muitos anos. Além de se comprometer com a abertura de diálogo com prefeito, Bandeira lembrou projeto que encaminhou à Casa aumentando em cinco anos o prazo de licenciamento para vans. Finalizou saudando o colono e apontando demandas das famílias do interior, entre as quais o acesso à internet. Em aparte, o vereador Rodrigo Beltrão/PT informou que também propõe ampliação dos prazos de licenciamento para vans e veículos similares.

Na mesma linha falou em nome do PTB o vereador Adiló Didomênico, que defendeu os proprietários de vans. Discorreu sobre a falta de transparência da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade e mencionou seu projeto de lei sobre extinção do modelo de fiscalização no município e criação de uma empresa pública que cuide do tema como já fazem outras capitais. Relatou as dificuldades impostas aos “vanzeiros”. Agregou ao quadro o “presente” que receberam do governo Temer com aumento de combustíveis, o que impacta diretamente na operação dos motoristas e dos agricultores.

Em aparte, o vereador Edson da Rosa/PMDB concordou com as reivindicações dos “vanzeiros” e com o PL de Adiló, lembrando que a fiscalização deveria ser de orientação e não de punição. E alertou sobre o papel da Câmara na excepcionalidade da quebra do regimento em episódios como o da manifestação ocorrida na sessão desta terça, pois a população não conhece o ritual da Casa.  

O vereador Alberto Meneguzzi/PSB trouxe a plenário em homenagem ao Dia do Colono o conjunto de demandas apresentadas pelos agricultores em dezembro de 2016, enfatizando a participação histórica de líderes de seu partido na causa dos pequenos produtores rurais. Mencionou a necessidade de realização do Censo Agropecuário do município, acesso subsidiado a máquinas agrícolas de grande porte, verbas orçamentárias para a Secretaria Municipal da Agricultura proporcional ao PIB da produção rural e uma série de providências para desburocratizar relação entre Poder Público e produtores familiares.  

Antes da presença dos proprietários de vans no plenário, o espaço das declarações de líderes fora dominado pelo confronto aberto pelo vereador Renato Nunes/PR, que denunciou através de vídeo exibido no telão o comportamento agressivo do vereador Rafael Bueno/PDT contra um senhor idoso. O parlamentar reagiu à denúncia de assédio moral feita pelo seu adversário político na semana passada. Disse que isso não aconteceu e que Bueno não tem condições de pregar moral diante dos fatos mostrados no vídeo.

O vereador Renato Oliveira/PCdoB disse que mais importante do que o fato trazido por Renato Nunes era a morte da criança no Postão. Para o parlamentar, o contexto que a cidade atravessa na área da saúde é responsabilidade do prefeito e, se ele não mudar de comportamento até o final do mandato, enfrentará um tribunal do júri em função das mortes que vêm acontecendo na rede pública de saúde.

O aparte da vereadora Ana Corso/PT serviu para manifestar sua preocupação com a desestruturação dos recursos humanos da rede. A morte da criança ocorreu depois que quatro diretores do Postão se demitiram, fato que ela atribuiu à falta de profissionais e à pressão que as equipes vêm sofrendo. A petista disse ter recebido informação de que as ecografias estão limitadas no SUS, o que compromete o diagnóstico dos médicos em circunstâncias como a que ocorreu com a apendicite da criança.

O vereador Rafael Bueno/PDT recorreu ao quero-quero para fazer uma analogia entre a ave, que coloca seus ovos num local e vai cantar em outro, e a gestão do prefeito Daniel Guerra. Utilizando vídeo de fala de Guerra se posicionando enquanto vereador sobre projeto de reposição salarial de servidores públicos e CCs enviado ao Legislativo no governo anterior, agora o prefeito mudou de posição. Em ano eleitoral, ele afirmava ser totalmente contra qualquer repasse de aumento real para a CCs, mas agora anuncia decisão inversa em relação aos seus CCs.  

A esta contradição Bueno acresceu a nominata dos CCs contratados pelo prefeito, egressos de partidos políticos que o apoiaram e que não foram eleitos, contrariando o que prometera na campanha quanto a cargos políticos na sua administração. Daí a analogia que fez entre o “quero quero” e o prefeito.

Em nome do PMDB, o vereador Paulo Périco lamentou a esquizofrenia generalizada que tomou conta da sociedade caxiense, que não consegue mais identificar a relevância dos assuntos. Referiu a indicação que fez ao Executivo na semana passada para conhecer a base legal para declarar que não existe vice-prefeito no Município, além de outras dúvidas. Considera a questão do vice já foi respondida pela Justiça, em despacho já tornado público no final de semana.

Na opinião do parlamentar, os vários conflitos que afetam as relações entre prefeitura e setores da sociedade decorrem de ausência de diálogo, condição que o Poder Legislativo tem buscado como mediador. E deu como exemplo os “vanzeiros” que procuraram a Câmara na sessão desta manhã.

25/07/2017 - 12:57
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

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