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Um grupo de trabalho deverá ser constituído, nos próximos dias, para ampliar o debate em torno da regulamentação do rodeio crioulo, em Caxias do Sul. O presidente da Comissão de Educação, vereador Jó Arse/PDT, anunciou esse objetivo, ao término da audiência pública, realizada no início da noite desta segunda-feira (18/07), no plenário da Câmara Municipal. Atualmente, no Legislativo caxiense, já tramita o projeto de lei (PL) 79/2016, do vereador Jaison Barbosa/PDT, para regrar as atividades desse tipo de evento. Para Jó, as discussões poderão gerar, inclusive, emendas à proposta inicial de Jaison.
O autor da proposta explicou os motivos do PL 79/2016. “Só elaborei o projeto depois de ouvir o MTG. Se, no decorrer do processo, forem cogitadas alterações ou até a retirada da matéria, permanecerei aberto ao diálogo”, ressaltou Jaison. O parlamentar apontou que a regulamentação mostra-se indispensável no momento em que 18 municípios brasileiros encontram-se proibidos de promoverem rodeios. Disse, ainda, que, por meio do PL 31/2016, também em tramitação na Casa, busca reconhecer o evento como um bem imaterial da cidade.
O coordenador da 25ª Região Tradicionalista, Raul Teles, reconheceu a relevância do tema. Para ele, será uma oportunidade para demostrar o quanto podem ser sadios os rodeios, bem como, o respeito que os gaudérios conferem aos animais. “Vamos clarear a situação e contribuir com os ajustes necessários”, garantiu.
Ex-presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Manoelito Savaris defendeu que qualquer regramento atendesse a critérios técnicos, a partir de consultas ao setor veterinário. Logo em seguida, a inspetora veterinária estadual Luiza Virginia Caon, que responde pela região de Caxias do Sul e São Marcos, mostrou-se receptiva às preocupações e afirmou que auxiliará no que diz respeito a eventos com aglomeração de animais.
A reunião da hoje também provocou divergências entre tradicionalistas e membros de organizações não governamentais (ONG) voltadas à defesa animal. Integrante da SOS Animais, Maria Aparecida Bernardi apelou à extinção dos rodeios. “Não existe evento desse tipo sem sofrimento e crueldade para com os animais”, sustentou.
Agropecuarista e laçador, Ricardo Daneluz ponderou que o animal destacado para os eventos campeiros seria o mais bem cuidado. “Um bicho que compete, por exemplo, conta com alimentação especial, descansos, servindo às provas por mais de seis anos, o que o impede de ser abatido”, considerou Daneluz.
Na sequência, o vereador Renato Oliveira/PCdoB classificou como exageradas as colocações das organizações. Na ótica dele, os rodeios têm se notabilizado pelo incentivo a reuniões familiares e pelo zelo aos animais. Os secretários municipais da Cultura, Gabriela Dozza, e do Turismo, Emir da Silva, compartilharam da atenção ao assunto.
Além do vereador-presidente Jó Arse/PDT, integram a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo os vereadores Daniel Guerra/PRB, Denise Pessôa/PT, Edson da Rosa/PMDB e Zoraido Silva/PTB. O vereador Elói Frizzo/PSB prestigiou a audiência de hoje.