VEREADOR CLAUDIO LIBARDI (PCdoB): Presidente, queria cumprimentar o senhor e agradecer ao secretário Micael. Tive a oportunidade de ligar para ele nesta manhã para esclarecer algumas dúvidas relativas ao projeto. E a gente elogia quem tem disposição em explicar as coisas, quem tem disposição em conversar sobre o uma Caxias que seja, efetivamente, uma cidade do futuro, uma cidade da pujança. Tenho certeza que o secretário Micael tem esse interesse. Então, meus cumprimentos a ele, agradecimento público por ter me explicado o entendimento dele. E agora vou explicar um pouco do que eu entendo sobre esse projeto. Primeiro, que eu acho que uma coisa precisa ficar clara: eu entendo que o salário igual deve ter uma remuneração igual, e funções diferentes devem ter uma remuneração diferente, não tem nenhum prejuízo quanto a isso. Então, eu entendo um auditor da Receita, ou um outro cargo que seja equiparado a outra Secretaria, quando vinculado à Receita e cumprimento de meta, visto que ele não recebe alguns outros adicionais como hora-extra, ter salário diferenciado de outra Secretaria. Quanto a isso, nós não verificamos nenhum prejuízo, porque eles têm um regime estatutário próprio, estabelecido em 2022, para que garantisse a ele um regime de meta. Então, bom, ele não recebe os outros adicionais, mas vai receber um sistema de meta. Mas eu e a nossa bancada, temos uma preocupação significativa quando nós promovemos uma autorização para que um secretário municipal possa optar por um salário de servidor. Bom, ele pode optar por um salário de servidor, não tem nenhum prejuízo. Agora, quando esse salário de servidor pode ser maior do que o salário de secretário, eu entendo que nós podemos incorrer aqui em um prejuízo significativo para o Município num futuro vindouro. Porque nós autorizamos que os outros secretários requeiram judicialmente. E, obviamente, é um entender meu. E não que eles tenham a certeza de que irão ganhar, exclusivamente eles têm o direito de litigar, o salário do secretário, porque ele vai exercer a mesma função política que o secretário da Habitação, por exemplo. Então, eu acredito que ele não teria como realizar a opção por uma gratificação, exclusivamente pelo salário. Então, aqui, eu sei que a realidade, hoje, aponta que o secretário já recebe o salário e já recebe a gratificação. Então, nós temos uma posição contrária, em especial por entendermos que pode se criar através dessa lei, ou, mais do que isso, porque se criou, através da legislação em 2022, um possível passivo. Então, nossa posição é clara. E aqui, eu posso utilizar um exemplo que a vereadora Rose me apresentou quando nós debatíamos esse processo específico: uma diretora de escola, é professora do município, tem um contrato e recebe mais que um vereador, por exemplo. Ela é eleita vereadora. Ela vai poder optar pelo salário de professora, ou ela vai poder optar pelo salário de professora com os adicionais por ser diretora? Não, ela não pode optar pelos adicionais de ser diretora. Então, ela seria exclusivamente professora. Ela renunciaria a direção da escola para fazer a assunção do cargo público, aqui. E o que nós estamos autorizando aqui, é que haja uma assunção de cargo público com o benefício de uma meta que deixa de ser cumprida. E, que fique claro aqui, a média se dará pela remuneração dos demais beneficiários desse adicional. Então, os outros servidores vão cumprir as metas de um a dez e vão bater a meta número oito.
VEREADORA ANDRESSA MARQUES (PCdoB): Um aparte, vereador.
VEREADOR CLAUDIO LIBARDI (PCdoB): Então, bom, o secretário vai receber de média o número oito. Então, não é uma contrariedade. Acho que o secretário Micael faz um trabalho excelente. Agora, eu acredito que nós abrimos uma porta de um passivo futuro, que todo outro secretário que deixar a prefeitura pode ingressar judicialmente e pedir equiparação salarial com o secretário da Receita. De imediato.
VEREADORA ANDRESSA MARQUES (PCdoB): E, vereador Claudio, nós temos que cuidar com essas distorções que daqui a pouco podem se criar no serviço público. Porque nós não podemos de forma alguma, fazer com que haja disparidades que daqui a pouco a gente vai olhar e vai perceber que... A gente não pode permitir que se advogue em causa própria, também. Nem enquanto vereadores, nem enquanto secretários, nem enquanto município. Então, isso é preocupante. Eu gostaria inclusive que, na prática, que, se fosse possível, os líderes de governo, o pessoal aqui da base, pudesse explicar o que na prática isso impactaria na percepção de vocês. Mas nós temos preocupação em relação a essas distorções, que daqui a pouco, a gente vai estar autorizando uma lei para beneficiar uma, duas, três pessoas. Então, portanto, se a gente for olhar os princípios da Administração Pública, são interesses individuais prevalecendo o interesse público, e isso nós não podemos permitir. Por isso, nós nos colocamos contrários nesse momento a essa questão.
VEREADOR CLAUDIO LIBARDI (PCdoB): Então, com respeito à Prefeitura, mas evitando qualquer tipo de passivo futuro, a nossa bancada se coloca contrária ao projeto. Muito obrigado, presidente.