Os 50 anos da Campanha da Legalidade, um dos maiores movimentos populares do Brasil, recebeu a homenagem dos vereadores caxienses, na tarde desta quinta-feira (25). Liderado pelo então governador Leonel Brizola, o movimento de 1961 foi decisivo para a história política do Brasil.

O vereador Gustavo Toigo/PDT, em nome do Legislativo, lembrou que o movimento se transformou em história e, até hoje, influência na vida dos brasileiros. Ressaltou, também, que a voz e o destemor de Brizola, aliadas ao grande meio de comunicação da época, o rádio, tiveram papel fundamental para a democracia do país. Foi exibido, na ocasião, um vídeo recuperando os fatos mais marcantes.

Após receber das mãos do presidente da Casa, Marcos Daneluz, uma placa de homenagem, o presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Caxias do Sul, Edson Nespolo, destacou que a luta não é só do PDT, mas, de vários partidos e pessoas que lutaram pela democracia. Salientou que as comemorações são em nome de Brizola e que as pessoas devem ser mais patriotas, valorizar e defender a pátria.

O deputado estadual Alceu Barbosa Velho/PDT contou um pouco da história de Brizola. Enfatizou que o trabalhista morreu aos 82 anos de idade, tendo sido duas vezes deputados estadual, deputado federal, prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Alceu parabenizou, também, a Brigada Militar, que, segundo ele, teve um papel muito importante.

Depois de fazer apanhado dos principais movimentos mundiais, o prefeito José Ivo Sartori destacou que a Legalidade, assim como a revolução de 30, demonstrou como o Rio Grande do Sul está disposto a lutar até a morte, para defender o Brasil. Sartori lembrou que a época era de transformações profundas na América Latina e apontou para a necessidade de trazer esse exemplo para a atualidade, a fim de combater as tentativas de subverter a ordem moral.

A Campanha da Legalidade foi liderada pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, a partir dos porões do Palácio Piratini. Após a renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República, em 25 de agosto de 1961, o vice-presidente João Goulart deveria assumir o cargo. Porém, os militares tentaram impedir a posse, sob o pretexto de que ele tinha vínculos com comunistas. Na oportunidade, Goulart encontrava-se em missão oficial, na China, então liderada por Mao Tsé-Tung.

As agitações trabalharam no sentido de garantir o cumprimento da lei. A Rádio Guaíba serviu de suporte, para fazer as transmissões, durante os 14 dias de duração da campanha. Jango assumiu a Presidência em 7 de setembro. Com isso, o golpe militar que iria instaurar a ditadura no Brasil foi adiado em três anos.