Da tribuna do Parlamento caxiense, nesta quarta-feira (11/05), três mulheres ergueram a voz por outras mulheres. Joceli Aparecida de Queiroz, Silvana Piroli e Scheila Xavier integram o Fórum da Mulher Caxiense e detalharam as dificuldades pelas quais passam principalmente as mães brasileiras. Elas utilizaram a Tribuna Livre e se manifestaram representando suas respectivas entidades neste 11 de maio, Dia da Mulher Caxiense, data que lembra o aniversário da primeira mulher a ser eleita vereadora na cidade: Ester Troian Benvenutti.

Também presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Joceli lamentou a necessidade de enfrentar um cenário desfavorável ao público feminino: “Hoje é dia de reflexão. Diariamente, para nós, mulheres, há a luta da sobrevivência, pois, no país, nos são negadas educação e saúde. Também sofremos com o feminicídio, a violência doméstica e a covid-19, que atingiu muitas mulheres e deixou milhares de órfãos”.

A dirigente listou outros fatos que reduziram os direitos femininos e ainda provocaram desemprego, como a reforma trabalhista, a diminuição das políticas públicas e o que considera sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) pela falta de recursos. Na sua opinião, o poder público deveria dar suporte às mulheres e aos grupos mais necessitados. “Nós, mulheres, trazemos a vida. Costumo dizer que somos o transporte para vir a esse mundo. Todos sabemos da importância da mulher na família, pois ainda existe a cultura da cuidadora. Por isso, precisamos de um Estado forte, e não um Estado mínimo, que ampare a todos e a todas”, defendeu Joceli.

À frente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv), a ex-vereadora e Silvana Piroli fez um resgate de sua trajetória para mostrar como é árdua a luta das mulheres por espaços: “Meu lugar de fala é de quem ocupou essas cadeiras e tem uma coisa importante para dizer: dizer que as mulheres em Caxias do Sul precisam ser reconhecidas pela sua contribuição na história”.

Além desse reconhecimento, Silvana avalia que o país, o Estado e o município podem ser diferentes pelos olhos das mulheres. Nesse sentido, sugeriu próximos passos para a luta feminista: “Não queremos só cotas, queremos igualdade nos espaços e proporcionalidade nas vagas na política. Não queremos ser uma cota para garantir a eleição dos homens, queremos nosso espaço para levarmos aos espaços de poder a nossa visão de mundo. É por esse direito que temos de lutar, independentemente da ideologia”.

Da Marcha das Mulheres, Scheila Xavier se emocionou e emocionou quem a acompanhava. Com base em uma ideia de outra militante, ela propõe à população e aos governantes verem o município como uma “Cidade Mulher caxiense”. “Que Caxias seja vista como uma mulher que merece respeito e que os projetos construídos sejam pensados como nós mulheres pensamos”.