O vereador Rafael Bueno/PDT usou a tribuna do Legislativo caxiense na manhã desta terça-feira (05/04) para voltar a repercutir os números das crianças fora da escola em Caxias do Sul. Segundo os dados, 929 alunos estão sem escola no município. Mais grave, afirmou Bueno, é o caso de 187 crianças estarem distante das classes no primeiro ano, justamente no momento da alfabetização. Dos dados totais, 824 meninas e meninas são de responsabilidade do Município e 105 do Estado.

Algumas escolas no município que estão com salas vazias nos períodos da manhã e da tarde deverão receber essas crianças que estão longe das classes. Isso deve ocorrer até os próximos meses em colégios da Região do Cruzeiro/Centro, Esplanada, Desvio Rizzo, Ana Rech e Região Norte. Bueno enfatizou que o plano de ação é importante, mas levantou outras questões e terão impacto importantes para receber as 929 crianças:

Apenas para citar alguns exemplos, destacou o pedetista, será necessário transporte (custo estimado em R$ 1 milhão), 40 novos professores da Área I deverão ser chamados (mas ainda sem nomeação), além de 16 professores para as especializadas (nomeação e/ou ampliação) e mais 10 docentes de apoio. Sem contar o transporte, o custo estimado anual para cada aluno é de R$ 12 mil. O valor para os 929 alunos será de R$ 11.148.000, mas ainda não há previsão orçamentária.

"Tivemos uma reunião na segunda-feira (04/04), promovida pela Comissão de Educação do Legislativo, na qual a secretária de Educação (Sandra Negrini) e sua equipe apontaram números e soluções para o tema, o que é ótimo, mesmo que isso tenha demorado. Mas acontece que as crianças que ficaram em casa por mais tanto tempo por causa da pandemia precisam logo de atendimento. Não se pode perder mais tempo, é preciso agilizar contratações, fazer mutirões..."

Bueno prosseguiu, alertando para as demandas que virão:

"Se a gente não tem os professores nomeados ainda... é só pegar a lista do último chamamento aqui, seis, sete não assumiram e daí tem que chamar tudo de novo, entregar documentação... Quem trabalhou no Executivo sabe, às vezes demora dois meses para nomear uma pessoa, até chegarem documentos, exames admissionais serem feitos. Vocês sabem quando essas crianças vão começar a estudar? Julho, segundo semestre, se conseguirem... Essa realidade precisa ser mudada."

A situação familiar dessas crianças também foi lembrada por Bueno. Para ele, para menino e menina longe de uma sala de aula, com certeza há um pai, uma mãe, alguma outra pessoa que poderia estar no mercado de trabalho gerando renda e não consegue porque tem que cuidar da criança.

Central de Matrículas - Um dos mais graves problemas visto desde o final do ano passado é em relação à Central de Matrículas. Ele disse que o município se comprometeu, a partir do segundo semestre, de que as matrículas serão descentralizadas, nas escolas, na UAB, nos centros comunitários, em diversas regiões.

"Mas acredito que ainda é necessário mudar o local da Central de Matrículas, onde está é uma humilhação. As pessoas ficarem na fila, que vira a Avenida Júlio de Castilhos, chega lá na Feijó Jr., isso com chuva e sol. Pessoas com crianças, muitas vezes, deficientes. Então tem que mudar. Um lugar mais confortável para essas mães, para essas crianças poderem fazer a sua matrícula. Isso o quanto antes."