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Precarização do trabalhador de aplicativo é debatida em live

Para Denise, além da pressão dos motoristas e entregadores para a regulamentação dos aplicativos, é necessário também o apoio dos usuários


A vereadora Denise Pessôa/PT debateu, na noite da última segunda-feira (31/08), a precarização do trabalho de motoristas e entregadores em Caxias do Sul. Participaram da conversa os representantes da Associação de Motoristas de Aplicativo, Carina Trindade e Márcio Guimarães, e o advogado trabalhista Ramiro Crochemore. 

Márcio Guimarães falou da rotina dos profissionais de aplicativo na cidade e relatou que a média diária de trabalho está entre 10 e 12 horas, alguns chegando em 18 horas trabalhadas diariamente. "Temos uma taxa de 30% em média por corrida cobrada pela plataforma. Ela é a mesma de quando a gasolina custava R$ 2,38 por litro. Hoje, para fazer uma entrega de carro, é pago para o motorista R$ 6,50 para rodar às vezes 8 ou 10km. A necessidade está grande e estamos em um momento muito delicado", desabafou. 

Carina Trindade, por sua vez, lembra que todas as despesas do carro ou moto utilizadas nas entregas são por conta do motorista. "Hoje é preciso ter rasteador e seguro do carro. Este debate é preciso para que a plataforma entenda o que o motorista precisa". Carina também lamenta alguns procedimentos por parte dos aplicativos. "Muitos motoristas bem avaliados pelos passageiros são excluidos do app sem motivo. O aplicativo não explica o motivo do desligamento da plataforma e não temos o que fazer". 

Já o advogado Ramiro Castro destacou que os aplicativos tentam burlar a lei para explorar mais o trabalhador sem ter nenhuma responsabilidade. "Não é um debate fácil porque as demandas dos trabalhadores dificilmente são julgadas na justiça do trabalho. Se o aplicativo cobrar R$ 1,00 a mais em cada entrega, eles conseguem pagar os direitos dos trabalhadores", apontou.

A vereadora Denise destacou que o mundo do trabalho está mudando e que é necessário regularizar os aplicativos para evitar ainda mais a exploração dos trabalhadores. "O home office é um exemplo onde o trabalhador praticamente paga para trabalhar enquanto o capitalismo se organiza para ganhar cada vez mais". A parlamentar disse ainda, que além da pressão dos motoristas e entregadores para a regulamentação dos aplicativos, é necessário também o apoio dos usuários. 

Segundo dados apresentados durante a live, em Caxias do Sul são cerca de 7.300 motoristas cadastrados em aplicativos, número que, segundo os entrevistados triplicou em um ano. 

02/09/2020 - 10:15
Gabinete da Vereadora Denise Pessôa/PT
Câmara Municipal de Caxias do Sul

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