Uma campanha de fortalecimento da rede de proteção de vizinhos contra a violência será desenvolvida pela Câmara Municipal de Caxias do Sul. A medida resultou da reunião virtual da Procuradoria Especial da Mulher, realizada na tarde desta quarta-feira (03/06), por meio de live, com interação simultânea de internautas, via sinal da TV Câmara (canal 16 da NET) nas redes sociais do Legislativo (Facebook e YouTube) e mensagens de WhatsApp.

Procuradora do grupo parlamentar, a vereadora Denise Pessôa/PT comunicou que a iniciativa será desenvolvida em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, presidida pelo vereador Elisandro Fiuza/Republicanos. Disse que a intenção é envolver toda a comunidade, na proteção de mulheres, crianças e adolescentes. “Com a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), notamos que, pelas restrições do isolamento social, nem todos conseguem fazer denúncias. Quando a vítima não registra ocorrência, cabe a quem presencia auxiliar”, alertou a petista.

Para Thaís Alves Ghenês, do Conselho Municipal de Direitos da Mulher (COMDIM), o combate ao feminicídio (homicídio de mulheres) passa por fomentar denúncias de casos. Na ótica dela, as campanhas de conscientização precisam incluir números de WhatsApp. Diretora de Proteção Social da Prefeitura, Raquel Dessoti comentou sobre o trabalho da rede de proteção à mulher. Informou que, hoje, existem 213 mulheres em atendimento.

Titular da Delegacia da Mulher em Caxias do Sul, Carla Zanetti reforçou que o atendimento continua ativo, inclusive por telefone. Disse que, infelizmente, muitas mulheres ainda não se encorajam de registrarem denúncias por agressão. Para a delegada, o motivo também explicaria o porquê de o número de ocorrências de maio (183) ter sido menor que o de janeiro (262), quando ainda não havia determinações de isolamento social. Pediu à comunidade que relatasse casos por meio do número 180.

Em seguida, Émerson Kaminski, do Juizado da Violência Doméstica, ressaltou que muitas mulheres solicitam a medida protetiva. Mas que, depois, tentam desfazer as ocorrências. “Por vezes, a própria mulher também precisa de uma orientação psicológica. Na educação de homens, é possível que faltem recursos emocionais para lidarem com relacionamentos afetivos, evitando a agressão. Devemos impedir que a pandemia siga ampliando o silêncio”, alertou.

Para Maria Virgínia Pereira, gerente do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS Sul), a maior preocupação tem sido com mulheres idosas, na tentativa de possibilitar orientações e cuidados que evitem agressões em casa.

Além da vereadora-procuradora Denise Pessôa/PT, fazem parte da Procuradoria Especial da Mulher do Legislativo as vereadoras Gladis Frizzo/MDB, Paula Ioris/PSDB e Tatiane Frizzo/PSDB.