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Legislativo amplia debate e cobra do Executivo calendário de ocupação da Maesa

Vereadores e comunidade se reunirão novamente após retorno de pedido de informações encaminhado à prefeitura


Em reunião pública promovida por duas comissões da Câmara Municipal de Caxias do Sul nesta quarta-feira (14/08), vereadores e representantes de vários segmentos da comunidade cobraram da prefeitura um calendário de ocupação do complexo da antiga Metalúrgica Abramo Eberle (Maesa). Também ficou decidido que os parlamentares e a comunidade se reunirão novamente após retorno de um pedido de informações encaminhado à prefeitura sobre a atual situação do espaço.

Esse requerimento com indagações partiu dos vereadores Denise Pessôa/PT e Felipe Gremelmaier/MDB e foi aprovado pelo plenário em 30 de julho. Conforme a Lei Orgânica Municipal, o Executivo tem 30 dias para enviar as respostas ao Parlamento a partir do recebimento das perguntas.

No encontro desta noite, coordenado pelo presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação (CDUTH), parlamentar Edio Elói Frizzo/PSB, em parceria com o presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo (CECTIDLT), vereador Edson da Rosa/MDB, estiveram também na mesa de autoridades: o representante do coletivo Abrace a Maesa, Carlinhos Santos; a presidente do núcleo local do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Sílvia Nunes; e o administrador judicial Nelson Cesa Sperotto, designado pelo judiciário para cuidar da massa falida do Grupo Voges, que teve decretada falência e que até poucos dias tinha uma de suas unidades, a Metalcorte, funcionando em parte do complexo da Maesa. De acordo com Frizzo, o prefeito Daniel Guerra e todo o secretariado foram convidados para o encontro, mas ninguém confirmou presença ou compareceu.

No início da reunião, o vereador Edson da Rosa fez a leitura do histórico da doação da área da Maesa (de mais de cinco hectares/52,9 mil m², no bairro Exposição) do Estado para o município. O prédio da antiga Maesa/Fábrica 2 data de 1948. Com estilo manchesteriano, abrigou a indústria de fundição da família Eberle, que produzia, entre outros itens, facas, espadas, esculturas, artigos de montaria e de ourivesaria. O projeto de construção coube a Sílvio Toigo e o de concreto, a Gabriel Pedro Moacir. Em dezembro de 2014, o governo do Estado, tendo no comando Tarso Genro/PT, transferiu a área para Caxias. Em março de 2016, a administração estadual oficializou o uso público e cultural, quando começou a discussão sobre a ocupação. Como caxiense, Edson recordou que pela Maesa passaram muitos trabalhadores e o desenvolvimento da cidade. Chegou a recordar que fez estágio na antiga metalúrgica.

Carlinhos Santos salientou que a Maesa é um lugar construído pelos trabalhadores e guarda muitas memórias. Por isso, cobrou agilidade ao Executivo. “Em razão dos acordos estabelecidos entre Estado e município e da falta de ações (da prefeitura), precisamos salvar esse patrimônio e abraçar a Maesa. A gente precisa conclamar o poder público a dizer o que será feito no local”, enfatizou Carlinhos.   

Do IAB, Silvia ressaltou a função social e não apenas arquitetônica da Maesa. Entre as sugestões que apresentou, a realização de um concurso público de arquitetura para o espaço. Lembrou que o Estatuto das Cidades apresenta instrumentos da política urbana que podem abranger o empreendimento. Destacou a força de mobilização da sociedade em prol do local. “A Maesa tem tamanho e muita presença, mas quem é grande é Caxias”, considerou.

Sperotto observou que a falência foi decretada recentemente, na última semana. Segundo ele, a reversão é remota, mais ainda cabe recurso por parte do falido. Ao mesmo tempo, disse que já vai abrir negociação com o município para ver sobre o interesse em relação aos equipamentos existentes, ou seja, à massa falida (acervo de ativo e passivo de bens e interesses do falido). “Ainda não consegui contatar, mas, se houver intolerância, sou obrigado a entregar as chaves ao município (com tudo dentro), mas acho que o município não vai deixar de ter essa sensibilidade, pois agora quem está assumindo a desocupação não é mais o empresário e a massa falida tem a função de liquidar só o que for possível”, esclareceu o administrador judicial.

A parlamentar Denise Pessôa/PT observa que o espaço é grande e que estaria havendo intransigência de parte da prefeitura em providenciar a ocupação. Para o petebista Alceu Thomé, poderia haver uma destinação para uso também dos agricultores comercializarem seus produtos no local. Os vereadores Paula Ioris/PSDB e Paulo Périco/MDB questionaram a falta de informações mais concretas de parte do município em relação à área. Também acompanhou um pouco a reunião o parlamentar Gustavo Toigo/PDT.

No entendimento do vereador-presidente da CDUTH, seria oportuno dar publicidade ao plano de ocupação que foi construído por uma comissão que vigorou em 2016 e cujo conteúdo foi repassado ao governo de transição do à época prefeito eleito Daniel Guerra/PRB. Na avaliação de Edio Elói Frizzo, as pessoas já tiveram paciência em esperar dois anos e meio para o implemento de ações por parte da prefeitura, mas sem sucesso. “O município paga mais de R$ 700 mil mensais em aluguéis. Poderia já ter levado para o espaço três secretarias”, indica o socialista.

Após manifestação dos integrantes da mesa de autoridades, Frizzo abriu espaço para o público se manifestar. Várias pessoas pediram a palavra. Entre as quais, representantes de entidades, como a União das Associações de Bairros, o Sindicato dos Servidores Municipais e assessorias parlamentares. A maioria pressionou o Executivo a tomar uma decisão de uso do local com receio de que o Estado retome o espaço e a cidade perca a valiosa estrutura. Hoje, a Guarda Municipal é uma das poucas unidades que estão em atividade no espaço.    

Além do vereador-presidente Edio Elói Frizzo/PSB, integram a CDUTH os parlamentares Paula Ioris/PSDB, Edson da Rosa/MDB, Gustavo Toigo/PDT e Denise Pessôa/PT. Junto com o vereador-presidente Edson da Rosa/MDB, atuam na CECTIDLT: Paulo Périco/MDB, Kiko Girardi/PSD, Alberto Meneguzzi/PSB e Rafael Malcorra Bueno.

   Acompanhe a íntegra da reunião AQUI.

 

14/08/2019 - 22:01
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

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