O vereador Rafael Bueno/PDT usou a tribuna do Legislativo, na manhã desta quarta-feira (03/07), para denunciar mais uma vez o descaso do município na área da saúde, comprovado pelos números alarmantes de pessoas que aguardam atendimentos. O parlamentar apresentou as respostas de mais um Pedido de Informações solicitado ao município. Segundo os dados trazidos pela própria prefeitura, mais de 40 mil pessoas esperam na lista de espera por consultas, 8 mil aguardam por exames e cerca de 5 mil depende de cirurgias. Isso nas mais diversas especialidades.

"Isso é um retrato da falência do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Caxias do Sul, que começou com a falta de diálogo com os médicos, com os servidores, mas principalmente com o desmonte da assistência básica em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) como Ana Rech, Serrano, Vila Ipê e outras regiões da cidade. O sistema foi completamente desarticulado. Os mutirões de saúde feitos pela prefeitura enganaram, ludibriaram a população e causaram falsas expectativas", criticou o pedetista. 

O parlamentar também citou o caso da falta de médicos na UBS de Ana Rech, que motivou manifestações de dezenas de pessoas na manhã desta quarta-feira. Elas levaram faixas e cartazes e reivindicaram a presença de mais servidores da saúde. A senhora Geni Salete da Silva, 59 anos, acorrentou-se à porta do posto, imagens mostradas por Bueno no telão do plenário do Legislativo. Segundo ela, a falta de um clínico-geral motiva que ela saia de casa, no limite de Caxias do Sul com São Marcos, às 3h30min, para tentar ser atendida.

"Para buscar consultas, muitas pessoas têm que chegar às três, quatro da madrugada. Um absurdo, uma completa falta de respeito. Enquanto isso, o reizinho (prefeito Daniel Guerra) manda gastar R$ 50 mil na reforma do seu gabinete, quer dizer, do seu palácio", indignou-se Bueno.

Por fim, o vereador comentou sobre a falta de respeito do prefeito ao não dialogar com a direção do Hospital Geral.

"É preciso ecoar a voz dos usuários do SUS. O prefeito precisa ouvir e dialogar com essa população que está clamando, suplicando por atendimento. Nós temos o caso Hospital Geral, que sete andares a serem finalizados, 130 leitos a mais que poderiam ser colocados em funcionamento de forma imediata. É só colocar as obras, quase prontas, em funcionamento, mas a prefeitura não cumpriu um acordo de repasse de dinheiro e deve R$ 4 milhões ao hospital", destacou.