O presidente da Associação de Umbanda de Caxias do Sul (AUC), Saul de Medeiros, ocupou a tribuna do Legislativo para representar a entidade de cultura afro-brasileira e falar das atividades realizadas no município. Nesta terça-feira (26/02), o líder religioso reiterou três ações do governo Daniel Guerra/PRB, que, segundo ele, indicam uma “teoria” de não aceitação das diferentes manifestações, por parte da atual administração.

Medeiros destacou, inicialmente, o fechamento do Santuário Ecológico Reino dos Orixás, no bairro Cruzeiro, realizado em maio de 2018, após pedido de desocupação da área, por parte da prefeitura. Além disso, três tentativas negadas de uma audiência com o prefeito. E, por fim, o tombamento do Monumento a Ogum como Patrimônio Cultural de Natureza Material de Caxias do Sul, que recebeu aval positivo do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc), porém foi indeferido pelo Executivo.

Com a Constituição em mãos, citou um trecho da Carta Cidadã que envolve o reconhecimento ao setor e o direito à diversidade cultural e religiosa. “O Estatuto garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais, acesso a fontes de cultura nacional e apoiará a iniciativa, a valorização e difusão das manifestações culturais”, destacou.

O Monumento a Ogum está localizado na Praça Lauro de Oxum, na Perimetral Sul. Conforme o presidente da AUC, foi construído pela comunidade umbandista, sem a utilização de recursos públicos. O grupo elegeu o orixá como patrono da cidade, visto que ele representa o ferro, o fogo, a guerra, a agricultura e a tecnologia. Caxias do Sul é bastante conhecida por sua indústria, com ênfase ao polo metalmecânico, e por seu potencial agrícola, sendo a maior produtora de hortifrutigranjeiros do Estado.