O vereador Rafael Bueno/PDT visitou na manhã desta sexta-feira (28) o Centro Especializado em Saúde (CES) e o Pronto Atendimento (Postão 24 Horas), onde conversou com usuários, médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares. O parlamentar, mais uma vez, constatou o caos na saúde pública de Caxias do Sul e novamente levará o assunto à Comissão de Saúde da Câmara, a qual integra, e ao plenário do Legislativo.

"Um verdadeiro caos. Jamais havia visto tantas filas, no caso do CES, e profissionais com experiência de longos anos tão abatidos e estressados, alguns chorando. Estamos sem gestão e sem rumo na área da saúde, a situação piora cada vez mais", disse.

No CES, Bueno conversou pessoas que foram buscar medicamentos e encontrou enormes filas de quem chegou bem antes de o local abrir. Pelo menos mil pessoas haviam retirado senhas e estavam em busca de remédios, sendo que algumas voltaram de mãos vazias em razão de os estoques estarem vazios.  

O pedetista conversou com a diretora do CES, Nicole Golin, para saber detalhes sobre o "mutirão" que a Secretaria da Saúde fará neste domingo (30). Está prevista a realização de 573 consultas, segundo Nicole. Ela diz que esse trabalho servirá como piloto para adequações futuras. Bueno ressalta que o "mutirão" das consultas significa praticamente nada diante do que está represado.

"Mais de 38 mil pessoas aguardam consultas com especialidades em nosso município. Então, essas consultas não contemplam praticamente nada da lista a qual essa gestão prometeu zerar", ponderou Bueno.

Para ele, o que observa em Caxias do Sul é o sucateamento da saúde desde a base até a ponta, porque mais de 7 mil pessoas esperam por uma intervenção cirúrgica. Então, mesmo com o mutirão, as pessoas passarão por outro drama para conseguir uma vaga para cirurgia.

No Postão, o parlamentar percebeu a apreensão dos profissionais que estão atendendo com carga horária excessiva, sem receber horas-extras ou compensações e demonstram preocupação a respeito da "escala otimizada" divulgada pela direção na noite desta quinta-feira (28) para os próximos dias. Segundo relatos, quase todos os médicos foram trocados de horários e com redução drástica de profissionais  em determinados horários.
 
"Os horários trocados em cima da hora inviabilizam os médicos de trabalharem, porque todos também têm compromissos fora do Postão e não têm facilidade de ajuste de horários (o concurso não prevê dedicação exclusiva no Postão) e também uma escala com apenas uma semana, o que nunca aconteceu, porque sempre é publicada para o mês todo", relatou um profissional.