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Julgamento da morte de Zé Maria é debatido pelos vereadores

Assassinato do líder comunitário, realizado em 2000, teve apenas um policial punido


O desfecho do Júri Popular do assassinato do mestre de obras e líder comunitário do bairro Fátima, em Caxias do Sul, José Maria Martins, de 42 anos de idade, foi o assunto debatido pelos vereadores, na sessão ordinária desta terça-feira (26). O crime ocorreu em 11 de novembro de 2000, durante uma abordagem policial. Três policiais foram a julgamento. O sargento da Brigada Militar Roberto Bortot teve condenação de seis anos de prisão, em regime semiaberto. A soldado Fabiane Chaves e o ex-PM Rafael Leandro Witt receberam absolvição.

Os acusados dizem que Zé Maria fugiu de uma abordagem policial, sendo, por isso, perseguido. Para justificar os tiros, os policiais alegaram que o mestre de obras atirou com um revólver contra eles. Porém, segundo a família do assassinado, ele nunca usou armas. A tese do Ministério Público indicou que houve abuso durante a tentativa de abordá-lo, então confundido com um ladrão de veículo.

O vereador Renato Oliveira/PCdoB lamentou o resultado do julgamento e classificou a punição como branda, por ter sido aplicada a um policial apenas.

Elói Frizzo/PSB também lembrou que o crime teve muita repercussão à época, originando revolta por parte da população. Disse ter otimismo no fato da acusação ainda poder recorrer da pena.

Moisés Paese/PDT deixou a presidência da Casa por alguns momentos, para comentar o caso. Sinalizou que a decisão permite refletir sobre a instituição do júri. A seu ver, na forma atual, não atende mais ao anseio da população por justiça. A reformulação se mostra cada vez mais necessária. O impedimento de pessoas, com conhecimento técnico, na formação dos júris, nesse contexto, não cumpre com o seu papel de forma satisfatória, avaliou.

A vereadora Ana corso/PT, que integra a Comissão de Direitos Humanos da Câmara há 13 anos, também demonstrou descontentamento com o resultado. Para ela, cerca de 20 solados estavam envolvidos na operação. Destacou, porém, que apenas três foram indiciados e somente um, condenado. Espero que se faça justiça e que a família e o Ministério Público recorram dessa decisão. A condenação foi muito pouco para uma pessoa que dedicou a sua vida para a comunidade, observou.

26/10/2010 - 20:15
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul


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