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Suspensão de verbas do Fiesporte volta a repercutir

Secretária diz que benefício financeiro é um “sistema viciado” e provoca reação da oposição


Revelando contradições entre o discurso do então candidato Daniel Guerra em relação às ações do prefeito eleito, que defendia a valorização e fortalecimento dos projetos esportivos locais, o que não se confirmou desde que assumiu, o vereador Alberto Meneguzzi/PSB abriu as declarações de líder na sessão ordinária desta quinta-feira (13). Apoiou-se na preocupação de 70 instituições esportivas responsáveis por 103 projetos de práticas esportivas de Caxias do Sul, que acreditaram no acordo proposto pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e se lançaram na execução dos trabalhos, bancando custos na expectativa de receitas, o que até hoje não foi cumprido.

À cobrança feita pela comunidade em virtude do tratamento que vem recebendo do município, a secretária de esportes, Márcia Rohr Cruz, respondeu que o Fiesporte é um “sistema viciado”. O argumento, assinala o vereador, leva à conclusão de que aos promotores do esporte, por não terem cumprido alguma questão burocrática, são considerados bandidos ou ladrões. Estas seriam as razões suficientes para não repassar os recursos do Fiesporte.

Para o parlamentar, que nominou várias entidades e pessoas vinculadas às atividades esportivas, o desrespeito da secretária, sabendo que o prazo para juntar qualquer documento é de cinco anos, complementa a estratégia de comunicar os autores de projetos via cartas registradas, agora já substituídas por telefonema para que se apresentem na Secretaria. Garante que o Legislativo jamais daria cobertura ao mau uso de dinheiro público. Todavia é vital apontar as irregularidades que eventualmente possam ter ocorrido e devam ser corrigidas, sob pena de incorrer em descumprimento da lei e suas consequências.

Em aparte, o vereador Édio Elói Frizzo/PSB disse que o Fiesporte, por toda a mobilização que produziu em Caxias do Sul, é sim um modelo vitorioso, e o tratamento que vem recebendo significa um retrocesso de mais de duas décadas para a prática esportiva. Entende que a secretaria vem fazendo de tudo para inviabilizar a prestação de contas, chegando até mesmo a exigir relação de documentos dos atletas que representaram Caxias do Sul num voo realizado em 2014.

Ponderou o vereador que a inscrição de qualquer entidade no Fiesporte exige certidão negativa. Esta é a exigência. E chamou a atenção para dúvida levantada pela atual secretária sobre a veracidade de que boxe era esporte, quando na prática este tipo de luta faz parte das Olimpíadas.

O vereador Edson da Rosa/PMDB também se pronunciou em aparte para denunciar a desconsideração institucional da titular da SMEL que, convidada a falar na Comissão de Educação, Esporte, Lazer e Turismo, até hoje não respondeu à solicitação. Para ele, é uma secretária que não tem sensibilidade alguma.

Em seu aparte, o vereador Rafael Bueno/PDT classificou a secretária de “cínica” porque anunciou no início do governo que reduziria o número de professoras destacados para atender os projetos esportivos como forma de reduzir custos com CCs. Eram 65 profissionais com um custo médio mensal de R$ 350 mil. Entretanto, com as mudanças introduzidas, os resultados geraram uma nova realidade com a contratação de 69 funcionários que passaram a incorporar aos seus salários as funções gratificadas, aumentando o custo médio mensal em 50% da folha. Também referiu à expectativa que tem na tentativa de um novo encontro entre a Comissão de Saúde, da qual participa com outros vereadores, e a Secretária da Saúde, Deyse Piovesan, em especial sobre as razões que estão impedindo o município a não abrir a UBS do Cristo Redentor, concluída há mais de seis meses e até agora não entregue à população.  

O vereador Velocino Uez/PDT ponderou o risco de extinção que sofre a maior competição esportiva do município  denominada Copa União de Clubes, que mobiliza todo o interior do município. Sem receber os recursos do Fiesporte, os promotores conseguiram ter a participação de 11 das 14 equipes que vinham participando em anos anteriores. E lamenta quando não se tem moral dar uma resposta positiva em favor dos jovens do interior, se nem o esporte tem apoio e era a melhor forma de evitar que venham a seguir outros caminhos.

O vereador Gustavo Toigo/PDT sustentou que, seja qual for a base para o município adotar decisões que prejudiquem projetos sociais importantes nas diferentes áreas, não se pode penalizar a atividade esportiva. Cabe à administração desenvolver um esforço maior para dar respostas positivas à população na prática esportiva. Para ele, o município é a âncora dos projetos esportivos e como tal deve encontrar soluções.

A vereadora Paula Ioris/PSDB lembrou o projeto de emenda à Lei Orgânica do Município que tramita na Casa, com foco na saúde social, que tem como característica a integralidade da educação, da qual faz parte também o esporte.

13/07/2017 - 12:26
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Clever Moreira - 8697
Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

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