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Líderes evocam política de preços do gás e saúde pública

Falta de leitos nos hospitais agrava situação na rede de atendimento


Os índices exorbitantes de reajustes dos preços do gás de cozinha, o relato de demandas não atendidas de pacientes que aguardam cirurgia nos hospitais e a versão do município sobre tarifas de transporte dominaram as falas no espaço das declarações de líder na sessão ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira (13).  

O vereador Adiló Didomênico/PTB abriu o espaço denunciando a “grande sacanagem” que a Petrobrás vem praticando contra na população mais humilde, ao promover reajustes no preço do gás de cozinha em níveis muito superiores à inflação.

Trouxe informações dando conta que, embora gênero de primeira necessidade, o preço do botijão saltou de R$ 5,73, em 1994, para R$ 53,19, em 2016, um aumento de 828% contra uma inflação no período de 361%. Agregou números deste ano em que o reajuste estava previsto para setembro, porém, dois aumentos já foram repassados. O primeiro de 8,9%, em janeiro, e 6,7% em maio, contra uma inflação de 4%.

Como o impacto destas majorações atinge especialmente a população economicamente mais vulnerável, Adiló propôs uma moção coletiva de contrariedade à política de preços adotada para o gás de cozinha pela Petrobrás.

Em aparte, o vereador Alceu Thomé/PTB manifestou sua inconformidade com a diferença nos preços dos combustíveis, especialmente gasolina e diesel, praticados no município e na região metropolitana da Capital.

O vereador Renato Oliveira/PCdoB alertou mais uma vez para o descompasso na gestão pública de Caxias, que tem privilegiado o caixa, mas negligenciado compromissos com a área da saúde. Referiu a situação de pacientes com cirurgia agendada, que ficam dois a três dias em jejum aguardando a intervenção, que não acontece por falta de leitos nos hospitais.

Esta situação, segundo o parlamentar, sempre foi resolvida pela compra de leitos pelas gestões anteriores. A crítica decorreu de episódio que presenciou no Hospital Pompéia no último sábado à tarde. O vereador do PCdoB disse estar convencido que a Prefeitura está com os cofres abarrotados, com o gestor fazendo jus à sua formação de bancário.

O vereador Édio Elói Frizzo/PSB abriu espaço para manifestação do vereador Alberto Meneguzzi do mesmo partido, que sugeriu ao Executivo a extinção das Secretarias de Turismo e Desenvolvimento Econômico. Justificou que a escolha não tinha nada a ver com as pessoas, mas com a inoperância de ambas. Calculou quanto significaria financeiramente a medida, que entende seria uma contribuição ao projeto de reestruturação administrativa em elaboração pelo prefeito.

Frizzo se referiu à exposição feita pelo prefeito em vídeo exibido pelo líder do governo, vereador Chico Guerra/PRB, sobre os itens da planilha de tarifas da Visate, decisão atualmente judicializada. Disse esperar que as afirmações se sustentem, considerando a posição expressa em nota pelos servidores da Secretaria de Trânsito e Mobilidade, justificando o valor de R$ 4,01 que apontaram em janeiro passado. Alertou para a suspeita de que alguém estaria manipulando dados, com consequências preocupantes.

Finalizou seu pronunciamento comentando decisão judicial que o absolveu da ação de improbidade administrativa que foi alvo aquando diretor do SAMAE, tendo como base a aquisição de uma caminhonete para fiscalização e policiamento ambiental na área da Barragem do Marrecas. O parlamentar disse que, embora ainda caiba recurso, sabe de sua inocência e da dura injustiça a que foi submetido. Vai aguardar decisão final sobre o caso, que depende de atitude do MP, quanto a recurso.

O vereador Rafael Bueno/PDT criticou a reação do Executivo à matéria publicada pelo jornal Folha de Caxias, que divulgou dados sobre aumento de custos com folha de pagamentos na atual administração, comparativamente com governo anterior. Defendeu o jornalista autor da matéria e seu veículo de comunicação, mencionando que embora as autoridades do Executivo tivessem sido procuradas na sexta-feira para contrapor o conteúdo da reportagem, não responderam.

Entende o vereador que, ao dar preferência a uma nota pública ao invés de atender o jornal, o Executivo tenta macular a atuação da imprensa utilizando o silêncio como resposta. Ao final, o pedetista repicou a abordagem feita pelo vereador Renato Oliveira quanto à precariedade do atendimento na rede pública de saúde. Relatou a falta de atitude do governo que viu 59 médicos se exonerarem de suas funções. E criticou o fato do prefeito fazer economia em cima do sofrimento dos outros.

O vereador Renato Nunes/PR indagou qual afinal o papel dos vereadores da atual Legislatura que ainda não entenderam que a eleição acabou. Para ele a Câmara se tornou um local de choradeira, "mimimi", em vez de contribuir para a gestão do novo prefeito.

Utilizando vídeo em que uma cidadão teceu critica ao comportamento de alguns vereadores, Nunes ironizou a condição depressiva dos perdedores de um pleito que votou majoritariamente pela mudança. “Aceita que dói menos”, aconselhou o parlamentar.

13/06/2017 - 12:48
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

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