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Meneguzzi denuncia precariedade e pressões em escolas

Parlamentar relata insegurança patrimonial e pedagógica na rede municipal


Apoiado em dezenas de visitas que tem efetuado nas escolas da periferia, o vereador Alberto Meneguzzi/PSB denunciou no Grande Expediente desta quarta-feira (24/05) a situação alarmante da rede de ensino municipal.

Os problemas vão desde a precariedade das instalações e a insegurança nos acessos e permanência perigosa de alunos armados em sala de aula, até a pressão sobre diretores e docentes. .

Meneguzzi, que há 30 anos atua como catequista em Caxias do Sul, tem ministrado à convite das comunidades católicas palestras sobre “Comunidade e Família”, tema que elegeu como missão. Integrante da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Inovação, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, o parlamentar se disse “impressionado” com as condições das escolas municipais.

Iniciou seu relato discorrendo sobre a estrutura física das escolas onde percebeu problemas com rede elétrica, calor demasiado no verão e frio intenso no inverno, pisos dos pátios e das canchas esportivas deteriorados oferecendo risco de lesão aos alunos, muros de alvenaria comprometidos, entre outros.

O que mais indignou Meneguzzi foi a ausência de agentes públicos capazes de organizar o trânsito nas proximidades, a insegurança enfrentada por professores e alunos permanentemente assediados por traficantes e criminosos. Crianças que entram e permanecem ostensivamente armadas com faca em salas, informou o vereador.

Constatou também a falta de monitores para crianças especiais e a distorção de finalidade a que estão submetidos os docentes de que, ao invés de estarem dedicados nos aspectos pedagógicos, acabam tendo que assumir o controle do trânsito e a preocupação com manutenção dos estabelecimentos. O parlamentar alertou para o rigor adotado na rede municipal pela Secretaria de Educação, que proibiu quaisquer manifestações públicas dos servidores, mesmo nas redes sociais.

Finalizou apontando outras medidas que considerou contraditórias: a ameaça velada para que as escolas não promovam festas juninas, apontando riscos à saúde pública e de acidentes por conta da fiação elétrica – fato que não é levado em conta quando da presença diária dos alunos em sala de aula – e agora a proibição de que os estudantes levem merendas de casa.

Para Meneguzzi, a tentativa de engessar as festas juninas é ignorar os aspectos de integração já difícil das famílias com a realidade de seus filhos junto à escola e, mais do que isso, comprometer a coleta de fundos para serviços de manutenção e funcionamento. Sem possibilidade de vender um cachorro-quente, pipoca, guloseimas e rifas, diretores e alunos estão sendo condicionados a abrir mão do evento.

Em aparte, o vereador Rafael Bueno/PDT confirmou a proibição da merenda e avaliou como exagerada a justificativa de que elas podem estar envenenadas. Sobre instalações elétricas disse que empresa contratada para elaborar os PPCIs já o fez e que agora bastaria dialogar com os bombeiros para liberar os alvarás.

O vereador Velocino Uez/PDT endossou a fala de Meneguzzi e agregou o que vem ocorrendo na escola da Terceira Légua, que em janeiro perdeu a lona por causa de um temporal, e que o município quer que a comunidade assuma a recolocação da lona mediante projeto técnico que custa R$ 30 mil.

O vereador Gustavo Toigo/PDT apoiou o alerta e lembrou projeto de sua autoria que acabou vetado pelo Executivo, propondo criação do projeto “Escola Protegida”, pelo qual o Poder Público assumiria responsabilidade pelo em torno da escola num perímetro de mil metros. Justamente para minorar as condições de combate à violência nas escolas.

O vereador Ricardo Daneluz/PDT fez coro à denúncia informando que a escola municipal de Santa Lúcia do Piaí também projeta o cancelamento da sua tradicional festa junina diante das pressões da administração.

O vereador Chico Guerra/PRB manifestou a posição do governo sobre controle do trânsito nas escolas da periferia. Disse que não há, conforme sugerido por Meneguzzi, priorização dos fiscais para atender as “escolas dos ricos” localizadas no centro. O maior número de fiscais de trânsito no Centro tem a ver pelo fluxo de trânsito, ponderou.  

 

24/05/2017 - 16:22
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

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