As bancadas do PCdoB, PSB, PDT, PSDB e PTB usaram espaço de declaração de líder na Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores desta terça-feira (25/04).

Lembrando que o prefeito Daniel Guerra/PRB, quando vereador, era o parlamentar que mais criticava a saúde pública municipal, o vereador Renato Oliveira tratou da situação da área em declaração de líder da Bancada do PCdoB.

O comunista classificou a situação como “um caos, um desastre”. Renato disse pela manhã passou pela frente do Centro Especializado em Saúde (CES) e viu filas de pessoas na chuva em busca de atendimento. Acrescentou que muitas delas sofrem na espera e saem de lá sem agendamento de consulta por falta de médico especialista.

“Infelizmente, 38 médicos se exoneraram. O secretário da Saúde disse que consultas serão remarcadas, mas onde? Em Porto Alegre, São Paulo? Sugiro que o prefeito faça uns minutos a menos de academia pela manhã e vá ao CES ver a situação”, declarou.

O parlamentar acrescentou que no Postão 24 Horas também há problema. Embora lá os médicos não estejam em greve, eles estão sobrecarregados, afirmou Renato Oliveira. O parlamentar acredita que, com as exonerações, a saúde pública municipal leve oito anos para recuperar especialistas que deixaram o atendimento.

Em aparte, Rafael Bueno/PDT disse que domingo esteve em Santa do Livramento, onde moradores o questionaram sobre o que está acontecendo com Caxias do Sul, já que as notícias sobre a administração da cidade não são boas.

Também em aparte, Paula Ioris/PSDB lembrou que no passado a cidade oferecia atendimento médico especializado no serviço público que era mais difícil de conseguir no privado.

Ainda em seu espaço, Renato Oliveira, que preside a Comissão de Saúde do Legislativo, manifestou-se sobre as farmácias do Ipam. Espera que a Administração Municipal cumpra anúncio de apresentar estudo sobre a situação das farmácias, antes que se decida sobre seu fechamento.

Em declaração da Bancada do PTB, Adiló Didomenico pediu que a Câmara Municipal englobe um movimento de discussão sobre transporte interurbano, aquele que vem do interior. Sugere que envolva sindicatos e empresas da área, União das Associações de Bairros e outras forças representativas.

“Já que o Executivo não toma iniciativa, o Legislativo tem essa prerrogativa, essa legitimidade para criar critérios onde se possa contemplar o interesse das empresas, porque se não elas vão abandonar o serviço”, afirmou Adiló, lembrando também da tarifa urbana que segue sem discussão e a cada mês que passa o município acumula passivo de R$ 2 milhões.

Adiló também falou de ajustes nas mudanças de acesso aos estacionamentos da prefeitura, implantadas segunda-feira.

“Por exemplo, a Alfredo Chaves deveria ser mantida mão dupla entre a Dom José Baréa e a Tronca, para evitar sobrecarga na Os Dezoito do Forte. Também deixamos uma sugestão que a entrada pela Dom José Baréa seja exclusiva para veículos oficiais”, destacou.

Pela Bancada do PDT, Ricardo Daneluz, presidente da Comissão de Agricultura, Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo anunciou criação do grupo de trabalho Comitê do Agronegócio. A iniciativa visa a debater questões agropecuárias e demandas do interior, e fortalecer o setor primário, buscando soluções junto aos órgãos competentes.

Integram o comitê a Câmara de Vereadores, a Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Sindicato Rural, o Sindicato dos Trabalhadores e Agricultores Familiares, a Ceasa, o Sebrae, a Inspetoria Veterinária, a Aserai, a Cooperativa de Agricultores e Agroindústrias Familiares, a Faculdade Murialdo e a Rinaldi Astec. O vereador acrescentou que o curso de Agronomia da UCS e a EcoCaxias têm interesse de integrar o grupo, e que convidará a Escola Agrícola da Terceira Légua, conforme sugestão do vereador Velocino Uez/PDT.

Uma das primeiras ações do Comitê será a realização do 1º Seminário do Cooperativismo, em 7 de junho, na Faculdade Murialdo. Serão debatidos temas ligados ao cooperativismo e agronegócio. O grupo também se mobilizará por mais recursos no orçamento municipal para agricultura, que hoje corresponde a 0,7%, por agilização nas licenças ambientais e alvarás, e pelo censo agropecuário.

Ricardo Daneluz aproveitou para convidar os parlamentares para a Sessão Solene pelos 140 anos de Ana Rech, 90 da oficialização de Ana Rech e 40 da estátua de Ana Rech. Será às 19h30min desta terça-feira no plenário.

Em declaração de líder da Bancada do PSDB, Paula Ioris tratou de saúde pública e de segurança pública. Informou que na segunda-feira recebeu resposta do Executivo sobre seu pedido de informações a respeito do CES. Pelo retorno, a tucana soube que houve interrupção de agendamento de consultas até se definor quais médicos entrariam em greve e que há demanda reprimida de especialidades.

“A maior é de 3.340 consultas na dermatologia. Em segundo lugar, 1.615 aguardando na traumato-ortopedia. Angiologia vascular, 1.181. Sendo que nessas duas últimas houve exoneração de médico. Neurologia adulta, 1.098. Pequenas cirurgias, 965 aguardando. Chama atenção, nas 19 especialidades, além de casos de exoneração, aposentadorias”, apresentou a parlamentar.

O outro tema tratado por Paula Ioris foi sobre segurança pública, destacando ações da Comissão Especial Temporária para Enfrentamento da Violência. Uma delas é das tratativas para empresas, Senai e o Centro de Atendimento em Semiliberdade (Casemi) proporcionarem ocupação para jovens infratores em recuperação.

A tucana citou a reunião que ela e o vereador Adiló Didomenico/PTB tiveram segunda-feira com a delegada Marta Eliane Bitencourt, da 7ª Região Penitenciária, para saber da notícia sobre interdição e remoção de presos da Penitenciária Industrial de Caxias do Sul para o Presídio do Apanhador. Levantou-se a necessidade de scanner para detectar objetos proibidos na prisão. Paula Ioris informou que dia 28 deste mês haverá encontro da Comissão com a direção da Susepe e o secretário de Segurança Pública, Cézar Schirmer, em Porto Alegre.

Na declaração de líder, em nome da Bancada do PSB, o vereador Elói Frizzo repercutiu a decisão do partido em nível nacional de ser contra as reformas trabalhista e da previdência.

“Corretamente, do ponto de vista da análise que fazia que o governo Dilma não tinha mais condição nenhuma de continuar conduzindo os destinos da nação. Mas isso sem significar nenhum compromisso com o eventual governo Temer”, afirmou o parlamentar, que lamentou o fato de parcela da bancada do partido na Câmara dos Deputados e no Senado ainda apoiar o presidente.

Na sequência, Frizzo alertou para os riscos da reforma previdenciária, argumentando que ela não fará diferença para quem tem altos salários. Mas por outro lado, trabalhadores com carteira assinada desde adolescente não conseguirão se aposentar.

Em aparte, Alberto Meneguzzi também saudou o PSB nacional pela decisão, acrescentando que o estadual e municipal já eram contrários às reformas. Disse ainda que o governo federal trata bem políticos para eles votarem a favor das reformas, prometendo cargos, emendas e audiências.

O outro vereador socialista, Ei Carlos Pereira de Souza, também elogiou a postura nacional da sigla. Ressaltou que o partido é correto e defende os trabalhadores. “Coerência e lado, a gente não negocia”, declarou.

Para finalizar, Elói Frizzo informou que na quinta-feira, véspera da greve anunciada por servidores, estarão no plenário representantes de entidades sindicais, para se manifestarem contra as reformas.