A frase “educação no campo é direito e não esmola” está em destaque na entrada do prédio da Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (EfaSerra). A instituição é mantida por uma associação de pais, entidades do setor primário, sindicatos e cooperativas que apostam numa nova forma de ensino: a pedagogia da alternância. Nesse modelo de ensino, os jovens ficam uma semana na escola e ali desenvolvem suas atividades e na outra voltam às suas comunidades para desenvolver as práticas e aprendizados em suas propriedades.

O vereador Alberto Meneguzzi/PSB esteve, na tarde desta quarta-feira (22/03), em visita à Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (EfaSerra), que desenvolve o ensino médio e a formação técnica agrícola de forma paralela. Localizada na Terceira Légua, em Caxias, a instituição atende atualmente, 78 alunos, sendo 55 em período de aula e outros 23 em estágio. Desse total, 31 alunos são oriundos de famílias caxienses. No entanto, desde 2015, quando se instalou no município, a entidade nunca recebeu repasses do município.

O vereador lamenta a falta de participação do município no auxílio técnico, estrutural e financeiro da Escola. “A entidade tem convênio com prefeituras como Garibaldi, Coronel Pilar, Farroupilha e Barão, que destinam recursos ou mesmo colocam transporte gratuito à disposição das famílias para trazer os alunos nas segundas-feiras e buscá-los no final de semana. Aqui, eles precisam de alguns caminhões de terra nos canteiros para aplicar as técnicas de plantio e nem isso conseguem da subprefeitura de Galópolis”, comenta Meneguzzi.

De acordo com a direção da Escola, numa média regional, cerca de 70% dos jovens formados por entidades que trabalham com essa pedagogia permanecem no campo. Na EfaSerra o percentual é ainda maior. “Dos 12 jovens que se formaram no ano passado, todos permanecem nas propriedades e alguns já ingressaram em cursos superiores voltados à área agrícola”, comemora o diretor Israel Matté.

Meneguzzi colocou seu gabinete à disposição da direção e da associação dos pais e entidades que mantém a EfaSerra e reafirmou seu compromisso em buscar alternativas para viabilizar um convênio entre o poder público caxiense e a entidade. “Eles fazem algo precioso: educam e profissionalizam e nós não podemos ficar alheios a isso. É esse modelo de educação que eu defendo. Vamos tentar reuniões, emendas, convênios, enfim, trabalhar para que a Escola seja cada vez mais fortalecida”, finaliza.