Cinco mães e um pai de crianças com autismo estiveram reunidos, na tarde desta terça-feira (21/02), com a primeira-dama de Caxias do Sul, Andrea Marchetto Guerra. O encontro foi intermediado pelo vereador Alberto Meneguzzi/PSB, que recebeu na, semana passada, alguns representantes desse grupo, que reivindica melhores condições na saúde e na educação inclusiva. O vereador Neri, O Carteiro/SD também se fez presente.

A primeira-dama colocou o Executivo à disposição das famílias, para ouvi-las e construir um caminho efetivo, na área da inclusão. “Tanto o Executivo quanto o Legislativo precisam unir forças para a inclusão, na educação”, comentou Andrea. O encontro contou também com a participação do presidente da Coordenadoria de Acessibilidade, Tibiriçá Maineri, e da gerência pedagógica de atendimento educacional especializado da Secretaria Municipal da Educação.

Meneguzzi destacou a importância da construção coletiva, para a inclusão. “A luta dessas famílias é muito justa. Falamos em educação inclusiva, mas ainda precisamos evoluir muito no cuidado com a vida, sobretudo, das crianças que são portadoras de deficiência. E isso nós só conseguiremos unindo esforços e cobrando mais investimentos nas áreas essenciais ao desenvolvimento humano”, disse.

Um dos temas levantados durante a reunião foi o número ineficiente de monitores para o cuidado de crianças especiais nas escolas do município. A gerente pedagógica da educação especial da secretaria, Viviane Marques, lamentou que o número de pessoas que demandam desse serviço cresce, em média, de 30 a 40%, a cada ano. “Infelizmente, não temos monitores suficientes. Seria necessária uma nova licitação para conseguir a contratação desses profissionais. Nosso pedido aos familiares é de que, no período de adaptação das crianças na escola, um responsável faça o acompanhamento”, explicou.

A equipe da secretaria fez um levantamento que apontou a necessidade de dobrar a quantidade de monitores, para crianças com deficiência, nas escolas do município. Meneguzzi se comprometeu a levar o assunto para a Comissão de Educação. “Eu faço parte da Comissão Educação e vou levar essa demanda de vocês, mães e pais, para esse espaço. A reclamação da empresa que coordena as monitorias, porque são terceirizadas, é antiga e não há mais a possibilidade de contratar assim. Precisamos trocar e trabalharmos juntos pelo bem dessas crianças”, ponderou.

Além da educação, a saúde é motivo de preocupação. Lucelia Fontoura, mãe do menino Henrique, reivindica um melhor atendimento. Segundo ela, o filho está há dois anos na fila de espera do município, para contar com atendimento de fonoaudiologia.

Rosangela Cardoso da Silva, que mora no loteamento Campos da Serra, pede mais dignidade. Ela é mãe de Yohana, que usa fraldas descartáveis, e a burocracia está impedindo a retirada. “Tem fralda lá no CES (Centro Especializado em Saúde), mas fui informada de que precisa fazer um recadastro, que nem as atendentes sabem. Eu troquei minha vida pela dela”, desabafou. Durante o encontro, a primeira-dama entregou aos presentes uma flor azul, cor que simboliza a conscientização sobre o autismo.