O Prêmio Caxias do Sul entregue pelo Parlamento Municipal nesta quinta-feira (1º/12) valorizou a história de quatro décadas do Museu da Força Expedicionária Brasileira (FEB). A proposta da honraria ao órgão partiu de uma indicação do vereador Edson da Rosa/PMDB. Na cerimônia coordenada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Edi Carlos Pereira de Souza/PSB, Edson fez o pronunciamento em nome da Casa.

Conforme o parlamentar, o Museu da FEB teve seu ato de criação registrado em setembro de 1976. São mais de 1,1 mil peças, 27 documentários, além de biblioteca e fototeca, entre outros recursos disponíveis à apreciação e visitação pública. “O Museu da FEB se transformou num convite a um mergulho na história que remonta à segunda Guerra Mundial e vem até os dias de hoje”, frisou.

Edson também saudou os ex-combatentes, mais conhecidos por pracinhas, tendo em vista que no plenário, hoje, houve um encontro inesperado e emocionante de dois deles: Alberto Arioli e Cirilo Francisco da Silva. Muitos perderam a vida no conflito que ocorreu na Europa – em junho de 1944, cerca de 5 mil homens se dirigiram para o combate em território italiano. Mais tarde, outros 20 mil soldados brasileiros se juntaram ao grupo. Eles se uniram aos exércitos aliados, com o objetivo de manter o exército alemão pressionado.

A FEB foi criada com a missão de, incorporada ao IV Corpo de Exército Norte-americano, lutar no teatro de operações mediterrâneo e cooperar com as forças aliadas. Da tribuna, Arioli recordou de alguns momentos e histórias que viveu durante a Guerra e se emocionou ao lembrar de alunos que entoaram para eles o hino brasileiro, na Itália.

O ex-combatente também detalhou as origens do Museu da FEB e a busca de recursos que ocorreu nos anos de 1970 em Caxias e contou com o apoio do então prefeito da época Mario David Vanin/Arena. Atualmente, por meio de palestras e testemunhos, Arioli faz questão de partilhar com adultos e crianças suas vivências. Ele diz confiar nas novas gerações. “Acredito na mocidade e no Brasil, mesmo com toda a encrenca que a gente está vendo. Sei que vamos sair dela. Na época da guerra, foi pior, pois quase não se tinha nem combustível”, compara.  

Diretora do Museu Municipal, Marizete Eliza Ferrazza Raimann fez um forte agradecimento a Arioli e a diversas outras pessoas que colaboraram e colaboram para a continuidade do Museu da FEB. Marizete agradeceu pela parceria da Câmara, convidando a comunidade a conhecer as histórias que cada museu guarda e a ajudar a divulgá-las. “Os museus nos orgulham porque cada um tem suas peculiaridades. São pontes, são casas que guardam memórias e sonhos”, define Marizete.

A diretora informa que ligados ao município caxiense estão cinco museus e dois memoriais. No caso do Museu da FEB, fica localizado na Rua Visconde de Pelotas, 249, Centro (fone 54-3901.1422). Em nome do prefeito Alceu Barbosa Velho, o secretário municipal de Segurança e Proteção Social, José Francisco Barden da Rosa, saudou os pracinhas e os integrantes do Museu da FEB. Na opinião de Barden, por mais paradoxal que pareça, por recordar de um episódio de guerra, hoje, o espaço presta um serviço à cultura da paz.      

Sobre o prêmio:

- O Prêmio Caxias do Sul foi instituído pelo decreto legislativo 186/A, de 8 de setembro de 2006, a partir da iniciativa dos ex-vereadores Francisco de Assis Spiandorello e Getulio Demori.

- Cada parlamentar da Casa pode fazer uma indicação por ano, acompanhada de justificativa, para outorga do prêmio. É vedada a indicação de nomes já contemplados com a distinção.

- Essa distinção é outorgada a pessoas ou entidades, locais ou de outros municípios, que se destaquem em serviços prestados à comunidade de Caxias do Sul nos mais diferentes campos de ação.